Quem gosta dos SUVs da inglesa Land Rover perceberá que, rapidamente, a tradicional marca sairá de cena. O grupo JLR iniciou um reposicionamento estratégico que visa desvincular de vez os modelos Defender, Discovery e Range Rover da nome Land Rover.
A linha Range Rover praticamente já trilhava um caminho independente mas, agora, ela e os demais SUVs passarão a marcas próprias. Ou seja, os modelos perderão até o emblema da Land Rover e qualquer outra referência ao antigo nome.
No caso da Defender, por exemplo, esqueça o prenome Land Rover que acompanha o jipão há décadas. O modelo se chamará apenas Defender, que, no Brasil, chega nas versões 90 HSE, 110 X-Dynamic e X e 130 X, todas com motor diesel de 300 cv de potência.
O plano da JLR de se transformar em uma “House of Brands” teve apresentação na cidade de La Paz, na região do Baixo Sul da Califórnia (México), para a imprensa brasileira e mexicana. “Queremos fortalecer a individualidade de cada marca e ter um olhar único em toda a organização para ser os melhores criadores de veículos e serviços”, pontua Paulo Manzano, diretor de marca Jaguar Land Rover Brasil. “Não seremos mais uma marca que faz automóveis de luxo, mas sim uma empresa de luxo que produz automóveis”, resume Manzano.
Legado sem saudosismo
Dessa forma, a JLR vem desenvolvendo o conceito “luxo moderno”, com a visão de que cada carro atende a um consumidor específico em busca de vivenciar novas experiências dentro de uma jornada de escolha e uso do veículo. Segundo Paulo Manzano, o cliente já faz essa distinção que começou a ser colocada em prática pela JLR. E essa transição também passa pela mudança radical de mentalidade da companhia.
“Valorizamos todo o legado dos modelos da Land Rover e da Jaguar, mas, a partir de agora, caminharemos para a frente”, pontua o executivo. “Não deixaremos de falar da nossa história, mas sem saudosismo e sem tentar reeditar sucessos do passado. O foco é no hoje e no amanhã”. Em uma apresentação repleta de definições de marketing, Manzano revelou que a JLR tem a intenção de oferecer aos consumidores a possibilidade de “usufruir do produto de maneira simples e direta, criando maior proximidade com os carros”.
Mudança nas concessionárias
As concessionárias da JLR também terão de passar por modificações para que o cliente entenda mais facilmente a diferenciação das novas marcas Defender, Discovery e Range Rover, além da Jaguar que, de acordo com executivo, ainda ficava “pendurada” na Land Rover. Agora, a marca felina enfim ganhará vida autônoma. As concessionárias reunirão todas as marcas, porém, elas serão divididas, para não causar confusão entre os visitantes, que saberão exatamente aonde ir dependendo da compra.
A transição da JLR também vem ao encontro de temas em expansão no cenário automotivo, como eletrificação e mobilidade, por exemplo. Manzano destaca que a empresa já está preparando o terreno para, futuramente, lançar automóveis movidos a bateria das marcas. Embora não idêntico, o movimento da JLR faz lembrar o que aconteceu com a RAM, que se desligou totalmente da Dodge para ter personalidade própria. Hoje, a Dodge se dedica a modelos esportivos, ao passo que a RAM vem aumentando seu portfólio de picapes.
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