A eletrificação chegou ao Mustang, que é até hoje considerado o carro mais icônico da Ford. Com dois motores elétricos em vez do tradicional V8, o Mustang Mach-E tem o DNA do muscle car lançado em 1964 — ou seja, há praticamente 60 anos. Ao mesmo tempo, abandona a carroceria cupê e ganha corpo de SUV, com maior altura em relação ao solo, além de espaço significativamente mais amplo na cabine. Aliás, o acabamento chama a atenção.
Diferente do padrão visto em modelos da Ford, o Mustang Mach-E capricha nos detalhes e traz vários materiais diferentes, como couro, camurça e tecido. A bordo, há poucas peças de plástico sem algum revestimento. Também impressiona a modernidade da cabine, com duas telas grandes. O destaque, nesse caso, é o multimídia enorme que fica em posição vertical no meio do painel. Ele é o primeiro Ford com o sistema Sync 4 de última geração.
Neste primeiro contato, aceleramos o SUV elétrico com preço de R$ 486 mil na pista de testes da Ford em Tatuí, no interior de São Paulo. Foram apenas duas voltas, mas o suficiente para notar a ótima dinâmica, com grande precisão nas manobras e freios altamente responsivos, com componentes da italiana Brembo. O poder de aceleração do Mustang Mach-E impressiona com o torque imediato de 87,6 mkgf. Embora não seja leve (2,15 t), o crossover ganha velocidade muito rápido.
Mustang Mach-E tem 487 cv e boa autonomia
Com entregas em até 60 dias após a compra, o Ford Mustang Mach-E faz valer o visual de muscle car que, aliás, é um dos destaques. O conjunto elétrico tem dois motores, sendo um em cada eixo. Assim, a tração é integral. Ao todo, segundo a Ford, são 487 cv de potência, ou 4 cv mais que os 483 cv gerados pelo Coyote 5.0 V8 a gasolina do cupê Mustang Mach 1. Este tem tabela no Brasil de R$ 576.490.
Mas o que garante a aceleração de 0 a 100 km/h feita em apenas 3,7 segundos é o torque parrudo, de 87,6 mkgf. Como é de praxe em modelos elétricos, toda essa força é entregue de forma instantânea. Para comparação, no V8 a gasolina o torque de 56,7 mkgf é entregue às 4.900 rpm. Mas o melhor é que, mesmo com desempenho de esportivo, o Mach-E tem números surpreendentes de autonomia. Conforme o Inmetro, o Mustang elétrico pode rodar 379 km entre as recargas. De acordo com a Ford, o pacote de baterias tem 91 kWh de capacidade.
Mas, no ciclo WLTP, que é o padrão global, o Mustang Mach-E é ainda melhor e alcança 541 km de autonomia com a carga completa. O seu pacote de baterias de íons de lítio, que fica instalado sob o assoalho, tem 12 módulos e pesa 596 kg. O conjunto é fornecido pela LG e tem garantia de oito anos ou 160 mil km. Portanto, a mesma cobertura disponível para os dois motores e os sistemas de alta voltagem do conjunto elétrico. Para o carro, são três anos de garantia, sem limite de quilometragem.
Mustang Mach-E é chique e moderno
Além de trazer um conjunto elétrico poderoso, o Ford Mustang Mach-E impressiona na cabine. O crossover elétrico tem painel limpo e moderno, assim como materiais agradáveis e sofisticados. Há, por exemplo, partes das portas e do painel cobertos com couro, camurça e tecido. Entretanto, o destaque fica com a enorme tela de 15,5″ do multimídia, em disposição vertical e com um botão físico na parte inferior que ajuda a ajustar algumas funções.
Atrás do volante, o display tem 10,2″ e traz informações de bordo, bem como o status da bateria. Outro destaque no Mustang Mach-E é o espaço. Na frente, o SUV elétrico tem seletor eletrônico do câmbio e bandeja com carregador de celular sem fio para smartphones. Atrás, há bom espaço para três adultos com o entre-eixos de 2,98 m. Por fim, são dois compartimentos para malas. O traseiro tem 402 litros e o dianteiro (sem o motor V8) tem 139 l.
O Ford Mustang Mach-E chega ao Brasil com preço de R$ 486 mil e disponível somente na versão topo de linha GT Performance. Com o modelo, a montadora planeja concorrer não só com SUVs elétricos de marcas premium, como BMW iX3 e Volvo XC40, mas também com esportivos a bateria, como Audi e-tron GT, BMW i4 e até o Porsche Taycan.
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