O Brasil é o novo “Oasis” para as marcas chinesas de carros elétricos – e são muitas por lá! Ao todo, há mais de 130 diferentes fabricantes de veículos no país. Pois as principais montadoras da China estão chegando com planos ambiciosos, e uma delas é a Neta Auto. A marca pertence ao grupo Hozon, uma startup com apenas 10 anos de existência. Pois a Neta é ainda mais jovem, surgiu em 2018 como a linha de carros eletrificados da empresa.
Para se tornar marca global, a Neta Auto acaba de iniciar sua operação na Tailândia. O plano é expandir a produção de veículos pela Ásia e outras partes do mundo. Na China, a empresa já produziu mais 500 mil carros. Na América do Sul, o Brasil é o país escolhido para liderar a região. O Jornal do Carro acompanhou a abertura do Salão de Pequim, na China, nesta quinta-feira (25), e conversou com Henrique Sampaio, diretor de marketing e produto da Neta Auto do Brasil. Tem até fábrica nos planos.
Neta GT chega no 2º semestre
Os primeiros carros da Neta chegam ao Brasil em maio, para o lançamento da marca no País e o processo de homologação. Paralelamente, a montadora já iniciou as conversas com representantes para formar sua rede de concessionários. De início, as primeiras lojas serão na região Sudeste e centro-oeste, porém, conforme Sampaio, há interessados no Nordeste e em outras regiões. Na China, o posicionamento de preços é o mesmo de BYD e GWM.
Além disso, o primeiro lançamento da marca chinesa já está definido: será o Neta GT, um cupê esportivo com visual que lembra o Chevrolet Corvette. Com um coeficiente aerodinâmico declarado de apenas 0,21 Cx, o GT tem números de supercarro. A aceleração de 0 a 100 km/h, por exemplo, leva 3,7 segundos na versão mais poderosa, com tração integral. Esta tem 462 cv de potência, enquanto a versão com tração traseira tem 231 cv e faz o 0-100 km/h em 6,5 s.
Por fim, o cupê de duas portas e quatro lugares tem amplo espaço interno, com 2,77 metros de distância entre-eixos distribuídos em longos 4,71 m de comprimento. E oferece autonomia robusta. Na versão de entrada, por exemplo, a bateria de 64,2 kWh garante um alcance de 562 km, enquanto o modelo AWD, com bateria de 74,4 kWh, chega a 580 km no ciclo chinês CLTC. Por dentro, o destaque é a grande tela central de 17,6 polegadas do multimídia.
Rival do Song Plus, Neta L chega em 2025
Tal qual BYD e GWM, a Neta Auto também vai começar sua operação com um carro mais caro. Entretanto, logo a chinesa virá com outros produtos mais acessíveis e eletrificados. A nova marca tem quatro modelos disponíveis atualmente no mercado chinês: Neta GT, Neta S, Neta U e Neta V. Mas, em breve terá uma linha mais ampla com elétricos e também híbridos.
Pois a aposta para 2025 será o Neta L, um novo SUV com tamanho de Toyota Corolla Cross e tecnologia semelhante ao sistema e-Power da Nissan. O carro é tracionado por um motor elétrico instalado no eixo traseiro e traz um motor a gasolina na dianteira, que funciona como um gerador para alimentar a bateria do motor principal. Dessa forma, promete consumo baixíssimo e facilidade de abastecimento, já que não precisa recarregar em tomadas.
Neta Aya também chega em 2024
A Neta Auto também planeja lançar no Brasil o compacto Aya. O modelo, aliás, chega aqui ainda em 2024, no fim do ano, para concorrer entre carros elétricos de entrada. O foco será o BYD Dolphin Mini e outros modelos atualmente com preços próximos de R$ 120 mil, como o JAC e-JS1. O carro da novata chinesa tem 4,07 metros de comprimento, 1,69 m de largura, 1,54 m de altura, 2,42 m de entre-eixos e lugar para cinco passageiros.
Na versão de entrada, o Neta Aya tem um motor modesto capaz de gerar o equivalente a 54 cv de potência (40 kW) e 11,2 mkgf de torque máximo (110 Nm). Já a configuração mais potente tem 95 cv (70 kW) e aproximadamente 15,3 mkgf de torque máximo (150 Nm). As autonomias são de 318 km ou de até 401 km com a carga completa no ciclo chinês.
Por dentro, o hatch elétrico lembra os modelos da BYD e tem uma tela central de 14,6 polegadas. Na China, a versão topo de linha do Neta Aya custa 88.800 yuans, o equivalente a R$ 63.300 na conversão direta e sem taxas.
*O jornalista viajou a convite da GWM do Brasil.
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