O futuro da indústria automobilística brasileira são os híbridos. É o que apontam todas as recentes pesquisas de mercado. O motivo é simples: o elétrico requer uma rede de recarga hoje inexistente, enquanto o híbrido é mais econômico que o carro só a combustão, e usa os mesmos combustíveis. Pois, com a necessidade de cortar carbono e leis de emissões mais rígidas, todo mundo vai “hibridizar”. E o Kia Stonic tem a tecnologia mais acessível.
O crossover importado da Coreia do Sul é um híbrido leve (MHEV), ou seja, tem o nível de eletrificação mais básico, com sistema de 48 volts. Essa tecnologia é uma das que vão vender em maior escala no Brasil, porque pode ser adaptada nos modelos flex atuais, sem a necessidade de grandes modificações na arquitetura dos veículos. É um suporte elétrico ao motor a combustão, que ajuda a reduzir consumo e emissões com o carro em movimento.
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Modo Velejar ajuda o Kia Stonic a poupar
Atualmente, o Kia Stonic é o híbrido mais barato do Brasil. O crossover tem tabela de R$ 129.990, ou seja, mesma faixa de versões 1.0 turboflex de SUVs de entrada, como Fiat Pulse, Renault Kardian e Volkswagen Nivus. O valor também é próximo ao de hatches como o primo Hyundai HB20, que, inclusive, usa o mesmo motor 1.0 turbo do Kia (em versão flexível). Dessa forma, o modelo da marca sul-coreana tem como vantagem ser eletrificado.
No Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro (PBEV), o Kia Stonic não tem números de consumo incríveis, sobretudo se considerarmos que o modelo bebe apenas gasolina. As médias são de 13,7 km/l na cidade e de 13,8 km/l na estrada. Mas, vale dizer que a questão tecnológica se faz presente ao volante. Afinal, o crossover desliga o motor em velocidade de cruzeiro para poupar combustível e cortar emissões com a ajuda do sistema de 48V.
Funciona assim: com o modo Eco ativo, o sistema híbrido leve da Kia desliga o motor 1.0 turbo quando o motorista solta o pedal do acelerador com o carro em momento. Em seguida, o ponteiro do conta-giros vai a zero e indica que o motor a gasolina está desligado. Assim ele permanece por alguns instantes, com auxílio da energia da bateria de 48 volts, que fica instalada no porta-malas, sob o assoalho, onde normalmente fica o estepe de muitos carros.
Stonic é compacto e bem construído
O crossover da Kia, aliás, lembra o primo HB20 – parece a versão aventureira HB20X, fora de linha há alguns anos. Ou seja, o Stonic é compacto, mas tem a suspensão mais alta para conferir característica de SUV ao modelo. As dimensões são um pouco maiores que as do hatch da Hyundai: 4,14 metros de comprimento, 1,76 m de largura, 1,52 m de altura e 2,58 m de entre-eixos. Para comparação, o HB20 tem 4,01 m, 1,72 m, 1,47 m e 2,53 m, na ordem.
O mesmo pode se dizer do padrão de acabamento na cabine. O Kia Stonic é todo coberto com plásticos, mas tem montagem bem feita e traz materiais agradáveis, que transmitem qualidade. Por ser um carro de entrada, não há tantos eletrônicos. Por exemplo, o freio de mão é por alavanca e não há a função Auto Hold, que mantém os freios travados no trânsito. Além disso, tem quadro de instrumentos analógico com um pequeno visor central colorido.
A lista de equipamentos, por sua vez, é recheada, mas não traz assistentes semiautônomos de direção para não encarecer o modelo. Mesmo assim, é completo, com retrovisores elétricos, ar-condicionado, chave presencial, controle de cruzeiro, assistente de saída em rampas, controle eletrônico de estabilidade e seis airbags de série. Outro destaque é o multimídia central com tela de 8 polegadas e espelhamento sem fio com Android Auto e Apple Carplay.
Desempenho do Kia Stonic é de 1.0 turbo
Ao volante, o Stonic tem desempenho muito próximo ao do Hyundai HB20 1.0 turboflex. Inclusive, o crossover traz o mesmo motor em versão apenas a gasolina. A principal diferença é o câmbio: o modelo da Kia tem transmissão de dupla embreagem e sete marchas. Assim, acelera mais rápido e é mais ágil nas trocas que o HB20 feito em Piracicaba (SP), equipado com caixa automática de seis velocidades convencional com conversor de torque.
Entretanto, vale dizer que, no geral, não há esportividade, mesmo com o modo Sport acionado. A direção do Stonic é leve e foca o conforto. Segundo a Kia, a aceleração de 0 a 100 km/h leva 10,4 segundos. Para situar, o hatch da Hyundai faz a tomada de tempo em 10,7 segundos. Ou seja, a diferença é pequena. Mas vale dizer que o Kia é 146 kg mais pesado que o Hyundai – o Stonic pesa 1.256 kg ante 1.110 kg do HB20.
Por fim, a suspensão merece elogios. O ajuste entrega robustez em vias mal pavimentadas e na hora de passar por lombadas e valetas. Da mesma forma, a boa altura em relação ao solo (são 15 cm) permite subir rampas de garagem sem raspar a frente do carro. E, por ser um compacto, manobrar e estacionar o Stonic é muito fácil. A câmera de ré tem alta definição e há detectores de obstáculos traseiros, o que ajuda muito.
Kia Stonic vale a compra?
Embora seja importado da Coreia do Sul, o Kia Stonic é atualmente o carro híbrido mais barato à venda no País. E, mesmo após o aumento do imposto de importação, o carro mantém o preço de R$ 129.990, um grande atrativo. Além disso, para quem reside em São Paulo, o crossover é isento de rodízio municipal por ser eletrificado, outra inegável vantagem.
Em relação ao carro em si, digamos que o Stonic é um híbrido bastante honesto. Por fora, tem visual simples, moderno e com boa musculatura. Já por dentro, é bem construído e entrega qualidade. O ponto fraco é o espaço equivalente ao de hatch compacto. E a tecnologia híbrida é seu maior trunfo, aliada ao bom desempenho e consumo do motor 1.0 turbo. Um conjunto promissor que pode ser aproveitado no futuro Hyundai HB20 híbrido flex.
PRÓS
Além de ser o carro híbrido mais barato do Brasil, o Kia Stonic tem bom acabamento e é dinâmico ao volante com o motor 1.0 turbo e o conjunto de 48 volts.
CONTRAS
Com 2,58 metros de entre-eixos, o Stonic é compacto e tem porta-malas na média dos hatches de entrada, com 325 litros. Acabamento é simples, apesar de bem feito.
FICHA TÉCNICA
Kia Stonic 1.0 turbo MHEV
- Motor: 1.0, 12V, três cilindros, injeção direta, turbo, gasolina
- Potência: 118 cv a 6.000 rpm
- Torque: 17,1 mkgf a 4.000 rpm
- Potência combinada: 120 cv a 6.000 rpm
- Torque combinado: 20,4 mkgf entre 2.000 rpm e 3.500 rpm
- Câmbio: Automatizado de dupla embreagem e 7 marchas; tração dianteira
- Bateria: 48 volts
- Comprimento: 4,14 m
- Largura: 1,76 m
- Altura: 1,52 m
- Entre-eixos: 2,58 m
- Altura mínima do solo: 15 cm
- Tanque de combustível: 45 litros
- Porta-malas: 325 litros
- Peso (ordem de marcha): 1.256 kg
- Aceleração 0-100 km/h: 10,4 segundos
- Velocidade máxima: 190 km/h
- Consumo cidade: 13,7 km/l
- Consumo estrada: 13,8 km/l
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