Três anos depois ganhar sua quinta geração no Brasil, o Honda City acaba de ser renovado para continuar na disputa contra Toyota Yaris, Nissan Versa, Volkswagen Virtus e até Hyundai HB20S e GM Onix Plus. Quem procura por veículos dessa categoria prioriza o equilíbrio entre economia de combustível, tecnologia, segurança e espaço. Pois o porta-malas do City, por exemplo, tem mais de 500 litros e supera até alguns sedãs médios.
Após o lançamento do carro, no final de outubro, o Jornal do Carro recebeu – por um dia – a configuração topo de linha Touring, que custa R$ 142.400. Para situar, os preços na opção hatch e sedã partem de R$ 117.500. Assim, encostam nos SUVs, que são os queridinhos do consumidor. Isso, portanto, pode ser um problema. É tanto que o modelo está atrás de outros concorrentes (veja aqui os carros mais vendidos de outubro).
Por dentro do City
Visualmente, o carro mudou pouco na linha 2025, com retoques no design frontal e traseiro, como para-choques e grade, por exemplo. Das portas para dentro, o City segue com acabamento primoroso. Tem cores sóbrias e um ar elegante e sofisticado – principalmente pelo uso do couro em tom claro da versão avaliada. Além de diversos porta-objetos, o espaço interno é ótimo. Na parte de trás, tem sistema Isofix para fixação de cadeirinhas, descansa-braço com porta-copos, saídas de ar-condicionado e, agora, duas entradas USB do tipo C.
Para comodidade, ganhou, também, ar-condicionado digital e automático com duas zonas. Na lista, figuram, ainda, rodas de liga leve com 16″, faróis de neblina, iluminação de LEDs, assistente de partidas em rampa, alerta de pressão dos pneus e a plataforma de conectividade myHonda Connect. Essa última, em síntese, é um aplicativo que conecta o motorista ao carro via smartphone.
Central multimídia melhor
O quadro de instrumentos continua igual, com tecnologia digital e 7″. Os mostradores laterais, todavia, têm grafismos simples e monocromáticos. Já a tela central, que continua com 8″, ganhou novos gráficos e melhora das imagens da câmera de ré. Ainda não é um primor, mas mudou. Entretanto, uma gafe é não ter Android Auto sem o uso de fio. No City, isso é privilégio apenas de quem tem celular Apple.
Como adicionais, a versão Touring do City ganhou, como principal novidade, o freio de estacionamento elétrico, por botão. Isso deixou o console central mais clean. Chegam, também, à lista, o carregador de celular por indução e o Brake Hold. E o modelo adotou freios traseiros a disco.
Comportamento agradável
Entre os sedãs compactos à venda no Brasil, o City é um dos mais gostosos de dirigir. E, justamente, por saber disso, a Honda manteve a mecânica intacta. Assim, continua em cena o motor 1.5 aspirado com quatro cilindros, 16V, injeção direta de combustível e potência de até 126 cv.
Com seus 15,5 mkgf disponíveis só aos 4.600 rpm, o sedã não embala com tanta facilidade. Pelo contrário, grita bastante até atingir o equilíbrio e um rodar suave, silencioso. Às vezes, dá a entender que o motor e o câmbio CVT, que simula sete marchas, não se conversam. Não tem o dinamismo das opções turbo, presente em seus rivais. Entretanto, se o motor não rende só elogios, a suspensão (MacPherson na dianteira e barra de torção, atrás) e a direção cumprem espetacularmente seus respectivos papéis.
Ao contrário do que muitos pregam hoje em dia, não é um problema ficar em cima do muro, ser o meio termo. Aqui, é justamente esse meio termo que agrada no conjunto de suspensões. Não é rígido, mas também não confortável ao extremo para ser caracterizado como molenga ou desengonçado. A direção tem leveza na medida certa. Manobras são feitas com facilidade.
De acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), o motor alcança a classificação “A” em consumo de combustível em sua categoria. Durante a avaliação do JC, a média ficou em 12 km/l em trecho misto, com picos que superaram os 19 km/l. E não é não comum a prática ser melhor que a teoria. Tem modos Sport e Eco.
Honda Sensing
A configuração de topo ganhou em tecnologia e não deixou de lado a segurança. Tem ADAS, chamados pela marca de Honda Sensing. Continuam, portanto, ajuste do farol alto automático, sistema de frenagem para mitigação de colisão, os sistemas de permanência em faixa e de mitigação de evasão de pista, bem como controle de cruzeiro adaptativo. O Low Speed Flow, por exemplo, acompanha o carro da frente mesmo em baixa velocidade. Tem seis airbags de série.
Ainda como item de segurança, o LaneWatch é moderno, mas acaba mais atrapalhando do que ajudando. Nele, ao acionar a seta para a direita, a imagem (captada por uma câmera sob o retrovisor direito) é exibida na tela central. Não se faz útil por dois motivos: desvia a atenção do motorista e atrapalha a navegação GPS – que some para dar lugar às imagens da câmera.
PRÓS
Espaço interior e no porta-malas, bom acabamento e tecnologias para assistência ao motorista são diferenciais no Honda City
CONTRAS
Comportamento do motor não é tão eficaz, com rotação alta quando abusa-se do pé direito
FICHA TÉCNICA
Honda City Touring
Motor: 1,5 litro, aspirado, injeção direta, flex
Potência: 126 cv a 6.200 rpm (G/E)
Torque: 15,5 mkgf a 4.600 rpm (G)/15,8 mkgf a 4.600 rpm (E)
Câmbio: automático CVT, sete marchas simuladas
Tração: dianteira
Tanque de combustível: 44 litros
Comprimento: 4,57 metros
Largura: 1,75 m
Altura: 1,48 m
Distância entre eixos: 2,60 m
Porta malas: 519 litros
Peso: 1.174 kg
Preço: R$ 142.400
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