Depois de pouco mais de quatro anos, a Volkswagen decidiu dar um tapa no visual do Nivus. A montadora, inclusive, já havia revelado o novo design há pouco mais de um mês. Lançado em 2020, o SUV cupê recebe sua primeira reestilização e traz ainda novidades na lista de equipamentos. Mecanicamente nada muda, mas alguns dados de desempenho acabaram recebendo um leve upgrade por conta da nova frente.
Além da faixa de LEDs que interliga os faróis, característica já incorporada em outros carros da marca, o Nivus traz agora um novo para-choque dianteiro com entradas de ar laterais, que ajudam na aerodinâmica. Há ainda uma grande abertura inferior. Desse modo, o carro perdeu os faróis de neblina, mas em compensação traz os fachos principais de LED mais eficientes. A grade também ficou mais fina e discreta.
Com essas alterações, o modelo teve a velocidade máxima aumentada para 192 km/h, ou seja, 4 km/h a mais se comparado à versão pré-facelift. O consumo também melhorou, ganhando cerca de 0,7 km/l ao rodar na estrada. Não parece muito a princípio, mas faz diferença após uma viagem longa, por exemplo.
Somadas as mudanças na traseira, agora com uma nova faixa iluminada de LED que une as lanternas e o difusor no para-choque com novo desenho, o Nivus ganhou 6 mm no comprimento (4 mm na frente e 2 mm atrás). Também melhorou levemente os ângulos de entrada e saída. Por fim, as rodas trazem um design diferente e há duas cores novas no catálogo: azul Titan e azul Turbo.
Mecânica do Nivus não muda
Sob o capô, entretanto, o motor não traz mudanças – apesar de ter recebido ajustes para se adequar à nova legislação de emissões do Proconve L8. Mas o desempenho do 1.0 turbo é o mesmo – são 128 cv com etanol e 116 cv com gasolina e torque de 20,4 mkgf com os dois combustíveis. Também não há alterações no câmbio automático de seis marchas.
Apesar de aumentar a velocidade máxima, a aceleração de 0 a 100 km/h permanece igual: 10 segundos. Em termos de consumo, o Nivus roda 8,6 km/l na cidade e 10,3 km/l com etanol e 12,4 km/l e 14,8 km/l, respectivamente, com gasolina, de acordo com o Inmetro. A Volkswagen, contudo, reduziu o tanque de 52 litros para 49 litros. A justificativa é de que uma nova tecnologia reduz os vapores de combustível, então não há perdas na autonomia. Que é de 725 km, aliás, conforme dados da fabricante.
Mais seguro e conectado
O Nivus também traz novidades na parte de segurança e conectividade. Para começar, todas as versões do veículo recebem ar-condicionado digital e sistema kessy, que trava e destrava as portas sem a chave e dá a partida por meio de um botão. Já a configuração de topo Highline pode adicionar o pacote de assistentes de condução semiautônoma como opcional, que custa R$ 4.470. Entre os itens estão sensor de faixa com correção no volante, detector de ponto cego, alerta de tráfego cruzado e assistente de estacionamento.
A conhecida central multimídia VW Play agora adiciona o sobrenome Connect à nomenclatura e tem novo layout. O sistema traz 20 novas funções para deixar o carro mais conectado, como localização em tempo real, modo manobrista e agendamento de serviços, por exemplo. Mas 15 desses serviços são gratuitos apenas no primeiro ano. Depois desse período, o comprador que quiser ter acesso ao pacote precisa desembolsar R$ 24,90 por mês.
Ao volante
O Nivus sempre foi um carro muito acertadinho de guiar. Boa dinâmica, suspensão correta, posição de dirigir agradável e um desempenho incrivelmente honesto do casamento entre o motor 1.0 TSI e o câmbio de seis marchas. Como em time que está ganhando não se mexe, a Volkswagen decidiu não trazer nenhuma surpresa nesse aspecto. E realmente hoje o SUV cupê tem um dos melhores conjuntos de sua categoria, oferecendo prazer ao volante e uma mecânica confiável.
Os novos recursos de segurança atuam bem na hora de levar o carro para uma voltinha, especialmente o sensor de faixa que corrige a trajetória. Ele tem uma intervenção bem perceptível, até mais que em modelos de categorias superiores. Um curiosidade: durante o test-drive, feito em uma estrada conhecida pela presença de ciclistas, virei levemente o volante para desviar de uma bicicleta em um trecho sem acostamento. Mas o carro acabou invadindo a faixa da pista contrária, e o sensor de faixa quase me jogou de volta para cima do cidadão que pedalava. Dá para segurar a teimosia do sistema, mas foi uma situação em que deu para sentir bem sua atuação persistente.
Todo esse conjunto é ótimo na teoria, mas vem com um preço – e esse é justamente o problema. Ele é mais caro que rivais como Renault Kardian e Fiat Fastback, por exemplo. Adicionando o pacote ADAS, o preço do Nivus dispara para R$ 158.460, e pode ultrapassar os R$ 160 mil com o pacote Outfit, que traz rodas escurecidas e acabamento diferenciado (R$ 2.160). Com esse valor, é possível encontrar outras opções maiores ou mais potentes no mercado. Apesar de ser um baita carro, será que o Nivus vale tudo isso?
Pontos positivos
O Nivus manteve a boa dirigibilidade e ainda acrescentou novos itens de assistência ao motorista, o que deixou o modelo mais seguro ao rodar nas ruas
Pontos negativos
O preço do SUV cupê acaba sendo mais alto que o dos rivais diretos, assim a versão Highline com o pacote ADAS encosta nos R$ 160 mil
FICHA TÉCNICA
Volkswagen Nivus Highline 2025
- Motor: 1.0, 3 cilindros, 12V, turboflex
- Potência: 128 cv (E)/116 cv (G) a 5.500 rpm
- Torque: 20,4 mkgf (E e G) entre 2.000 rpm e 3.500 rpm
- Câmbio: Automático, 6 marchas; tração dianteira
- 0 a 100 km/h: 10 segundos
- Velocidade máxima: 192 km/h
- Dimensões: 4,27 m (comprimento), 1,76 m (largura), 1,49 m (altura) e 2,57 m (entre-eixos)
- Porta-malas: 415 litros
- Consumo médio (Inmetro): 9,3 km/l (etanol); 13,3 km/l (gasolina)
- Peso (ordem de marcha): 1.199 kg
- Preço sugerido: R$ 153.990
Siga o Jornal do Carro no Instagram!