A oitava fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve L8), que está em vigor desde o dia 1° de janeiro de 2025 no Brasil, já provoca diversas mudanças no setor automobilístico. Desde o ano passado, montadoras se mexem para atender esta nova fase e, claro, as seguintes que estão por vir nos próximos anos e vão apertar (ainda) mais o cerco do quesito emissões. E as soluções são variadas.
A mais extrema é tirar o carro de linha. Mas, assim como a sétima fase (L7), esta também obrigou algumas montadoras a remover carros definitivamente de circulação. E porque também não fazer mexidas e manter o modelo à venda? Há algumas respostas para esta pergunta.
A primeira é que a produção desses automóveis já pode ter cessado ou que estão perto do fim de sua geração. Aí a fabricante só abrevia o tempo de mercado. Outros carros as montadoras julgam não valer o investimento de adaptação daquele motor que, muitas vezes, já é obsoleto e que há poucos carros usando. Veja alguns exemplos:
Hyundai Creta Action
O Creta de primeira geração resistiu o quanto pode, mas saiu de linha definitivamente. O SUV compacto com o antigo motor 1.6 aspirado flex deixou de ser oferecido. A marca já havia o trocado pelo moderno 1.0 turbo na segunda geração e manteve agora no facelift, mas com mexidas para o Proconve L8. Outra mudança é que o Creta atual não traz mais o motor 2.0 aspirado flex na versão topo de linha. Este deu lugar ao novo 1.6 turbo, com quase 200 cv.
Proconve L8 faz mais vítimas
Citroën C4 Cactus
O SUV compacto deixou o Brasil no final do ano passado. Além de abrir espaço para novos produtos na linha montagem em Porto Real (RJ), a Citroën aposenta de vez os veteranos motores 1.6 EC5 (aspirado flex), de até 118 cv, e o famoso 1.6 THP (turboflex), que gerava até 173 cv de potência. Estes precisariam de modificações para atender ao PL8.
Toyota Yaris
A iminente chegada do Yaris Cross e a não adequação do motor 1.5 aspirado flex, de até 110 cv, para as novas normas, fizeram o Yaris sair de linha. A Toyota já bateu o martelo em relação ao sedã, que não tem mais unidades 0-km saindo da fábrica. Resta saber o futuro do hatch, que deve ir pelo mesmo caminho em breve…
Suzuki Jimny
O carismático jipinho japonês pode estar com dias contados — aqui e na Europa — por causa de seu motor 1.5 aspirado a gasolina de 108 cv. A unidades precisa de ajustes para passar no programa. Caso contrário terá de ser descontinuado. O Jimny custa na casa dos R$ 150.000, tem tração 4×4 com reduzida e transmissão manual de cinco marchas.
Mitsubishi L200
A picape média, que já tem uma nova geração à venda no Brasil e agora se chama apenas de Triton, teve seu fim confirmado em todas as versões (não vai conviver com o atual modelo). Isso porque o 2.4 turbodiesel foi trocado por um novo motor, mas este virá importado. A Mitsubishi, inclusive, vai fechar a fábrica de motores em Catalão (GO).
Só mudanças
A VW Amarok, por exemplo, terá tanquinho de Arla 32 para diminuir a poluição gerada pelo motor V6 diesel. O novo Nivus estreou no ano passado já com mexidas aerodinâmicas para diminuir consumo e também na introdução de um sistema para reter vapores residuais do tanque de combustível na hora do abastecimento.
A Fiat já colocou no mercado o motor 1.0 turboflex com tecnologia híbrida leve em carros menores, como Pulse e Fastback. Mas a caminhonete Titano já terá de trocar o atual motor turbodiesel pelo usado na Ram Rampage. Por outro lado, a Jeep reduziu a potência dos carros equipados com motor 1.3 turboflex, como Renegade, Compass e Commander, que saem de 185 cv para 176 cv com etanol. A Chevrolet, no entanto, colocou injeção direta nos motores 1.0 turbo e 1.2 turbo de Tracker e Montana e os carros ficaram um pouco mais potentes e, ambos, se adequam ao Proconve L8.
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