A Ram terá uma picape média ou de porte menor que as da linha atual. Este é o maior desejo do novo chefão da marca Tim Kuniskis. Em entrevista para a publicação Road & Track, o executivo diz que a marca “precisa de uma caminhonete menor” e que “definitivamente” há demanda.
“Somos uma marca de picapes e não temos compactas, não temos médios”, ironiza Kuniskis. “É meio hipócrita me chamar de marca de picapes, não é? Então sim, eu preciso disso. Eu quero isso. Não estou dizendo que terei isso em seis meses, mas quero desesperadamente e há mercado para isso”, completa.
Depois de seis meses de aposentadoria, Kuniskis retornou ao comando da Ram. O executivo havia encerrado uma história de quase 32 anos no conglomerado, sendo a cara da Dodge por muitos anos. Após a saída conturbada do CEO da Stellantis, Carlos Tavares, Kuniskis voltou, mas agora para cuidar da Ram. O motivo? A crise nas vendas e o atraso no lançamento da primeira picape elétrica, a 1500 EV. O primeiro olhar, claro, é para o mercado norte-americano onde as caminhonetes são muito fortes.
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“A Toyota vende mais de 200.000 Tacoma por ano, a Ford está fazendo esta mesma quantidade entre o Maverick e o Ranger. A GM está vendendo cerca de 140.000 entre GMC e Chevy”, aponta Kuniskis para as oportunidades perdidas.
Por outro lado, o presidente da Chrysler, Chris Feuell, confirmou ano passado que um modelo de menor porte chegaria ao mercado e que até a “plataforma estava definida”. A única parte que não ficou clara é se seria média, para competir com Ranger, Tacoma e Colorado ou mais compacta e feita em monobloco para rivalizar com Ford Maverick ou Hyundai Santa Cruz.
Ram Dakota? Rampage? Titano?
Seja qual for a decisão e o tempo que isso vai levar para virar realidade, a futura picape média da Ram deve sair da fábrica no estado norte-americano do Illinois, que já recebeu a produção do Cherokee. E também não há restrições, a futura picape média da Ram pode chegar ao Brasil e outros mercados conforme a demanda. E por aqui a luta seria contra Hilux, S10 e Ranger.
Na entrevista, o CEO da Ram não faz menção a Rampage ou a Titano, que é vendida até como Ram 1200 em alguns mercados. Isso pode indicar dois caminhos: a marca quer uma picape média, mas a picape chinesa da Fiat não é o suficiente para o mercado norte-americano.
Desde a Dakota, o conglomerado não tem um modelo deste tipo e porte. A Dodge, inclusive, teve fabricação no Brasil entre 1998 e 2001, em Campo Largo (PR). A picape média tinha motor V8 5.2 de 232 cv de potência e pouco mais de 41 mkgf de torque. O câmbio era automático de quatro marcas e a tração, traseira. Será que a Ram vai ressuscitar o nome?