TIÃO OLIVEIRA
Uma das perguntas mais ouvidas na redação quando o Equus chegou ao jornal foi: “Você pagaria R$ 320 mil por um Hyundai?” A resposta é simples. Quem não conhece o carro, possivelmente dirá não. Quem o conhece, responderá sim, sem dúvida. Afinal, o sedã sul-coreano tem, entre os atrativos, motor de 366 cv, câmbio automático de oito marchas, suspensão a ar e mimos como revestimento interno de alcântara, som de alta fidelidade com 17 alto-falantes e até poltrona que reclina (leia mais na próxima página). Entre os similares, o mais em conta é o BMW 750i, que tem 41 cv a mais, duas marchas e 9 cm a menos e parte de R$ 475 mil.
Quem quiser um Audi A8 do mesmo naipe, pagará R$ 563 mil. No caso do LS 460, da japonesa Lexus, são R$ 615 mil.
Já o interessado em um Mercedes-Benz semelhante terá de optar pela versão 63 AMG do Classe S, já que tanto a 500 quanto a 600 “normal” só podem ser adquiridas no Brasil por encomenda. A opção “apimentada”, que está em um nível bem acima das citadas até aqui, tem tabela de US$ 419.900, algo como R$ 840 mil.
Após guiar o Equus, fica claro que quem escolhe um BMW ou um Audi, por exemplo, em detrimento do Hyundai, está de olho na marca e não apenas no produto. Afinal, o sul-coreano nada fica devendo aos alemães.
Das sutilezas, assim como no Série 7, o fechamento das portas do novato é por sucção. Ou seja, não é preciso bater. Um sistema elétrico cumpre essa tarefa.
Em termos de vigor nas acelerações e dirigibilidade, o Equus também é primoroso. Está mais do que à altura dos veteranos de Audi e BMW.
O silêncio a bordo é outro destaque. Em parte graças a um filme nos vidros que, segundo informações da Hyundai, melhora o isolamento acústico.
A suspensão, macia demais no modo normal, talvez seja o único ponto passível de gerar divergências. Mas há remédio. Basta acionar o modo esportivo por meio de uma tecla no console central.
Esperto, o pessoal da área de marketing da marca asiática conhece bem o peso do emblema na carroceria. Tanto que a única menção à Hyundai no Equus é o conhecido “H” estilizado fixado na tampa do porta-malas.
Viajando de classe executiva – Se o motorista do Equus tem motivos de sobra para se divertir, em que pese o apelo do carro estar longe de ser a esportividade, os passageiros são os mais bem tratados pelo sul-coreano. Sobretudo os de trás.
O espaço – para dois – é amplo, há cortinas acionadas eletricamente nas janelas e no espia e iluminação para leitura. Pequenos espelhos embutidos no teto servem para dar aquela conferida no visual antes da reunião ou do almoço de negócios.
Na ampla geladeira, cabem várias latas de refrigerante ou pequenas garrafas de água ou algo mais, digamos, estimulante. No encosto há nichos para guardar pequenos objetos, como carteira ou óculos.
Suprassumo do conforto, o banco da direita é uma verdadeira poltrona de classe executiva. Basta pressionar um botão no console para assento e encosto se reclinarem, enquanto o banco dianteiro avança para abrir espaço para o passageiro esticar as pernas, assim como no Lexus LS 460.
Feito isso é só escolher entre aquecer ou resfriar os assentos. Outra tarefa que caberá ao ocupado executivo é escolher um bom filme para assistir na tela retrátil entre os assentos da frente.
Mas, se quiser trabalhar ouvindo música, o sistema multimídia inclui som da marca Lexicon com 608W de potência. Receptor de rádio HD, entradas para iPod, USB e auxiliar e gaveta para seis CDs também estão lá.
Voltando ao motorista, a Hyundai não faz segredo que várias funções do Equus vieram de modelos alemães. O ajuste dos bancos dianteiros é nas portas, como nos Mercedes. Aliado ao volante, com regulagem elétrica de altura e profundidade, permite encontrar facilmente a melhor posição de guiar.
Já os comandos de funções eletrônicas, por meio do botão giratório abaixo da alavanca de câmbio, estão também nos BMW.
E se as referências aos germânicos não bastasse, a Hyundai lança mão de algo que os rivais não têm: cinco anos de garantia. Audi, BMW e Mercedes oferecem dois. No Lexus, são quatro.
Resta saber se esses apelos serão suficientes para sensibilizar o brasileiro.