LUÍS FELIPE FIGUEIREDO
No dia 9 de janeiro do ano que vem a Dodge mostrará ao mundo, no Salão de Detroit (EUA), a nova geração do Dart, um de seus modelos mais famosos – e cujo nome significa dardo. Serão quase 40 anos desde o fim da produção nos Estados Unidos, onde o carro foi feito de 1960 a 1976. Sua fabricação no Brasil durou um pouco mais.
O modelo 2013, revelado aos poucos pela Dodge na internet www.dodge.com), vai usar a arquitetura do Alfa Romeo Giulietta. Será o primeiro Chrysler feito sobre base de uma marca do Grupo Fiat, que assumiu o controle acionário da norte-americana neste ano.
O Dart é classificado como um sedã compacto nos EUA. Suas dimensões não foram divulgadas, mas o hatch Giulietta tem 4,35 metros de comprimento, mesmo tamanho do Fiat Bravo, que no Brasil é considerado médio.
Diferentemente do Dodge clássico, o novo dará adeus aos motores V8 de grande cilindrada. Terá três opções de quatro-cilindros: 1.4 MultiAir e dois da nova linha Tigershark, fruto da parceria com a sul-coreana Hyundai e a japonesa Mitsubishi), com 2 e 2,4 litros. As potências não foram divulgadas, mas estima-se que partirão de 150 cv.
No Brasil
O Dart foi lançado no mercado brasileiro em outubro de 1969, dois anos após a Chrysler assumir as operações da Simca no País. Foi o primeiro automóvel da norte-americana no Brasil.
O sedã quatro-portas vinha com motor V8 5.2 com 198 cv de potência bruta. Um ano depois surgiu o cupê, com o mesmo propulsor e direção hidráulica entre os itens opcionais.
Em 1972 chegou a versão SE, a mais em conta, que acabou se tornando a “esportiva”. Trazia itens como bancos dianteiros separados (os de série eram inteiriço, de três lugares) e alavanca de câmbio no assoalho, em vez de na coluna de direção.
Mas sua estabilidade não era boa, como constatado em avaliação publicada em O Estado de S. Paulo, em 1974. Os amortecedores foram considerados “fracos” e a traseira do SE “saltava” em frenagens fortes.
O Dart Gran Sedan, opção mais luxuosa, veio em 1973. Houve também um protótipo de perua, flagrado pelo fotógrafo Oswaldo Palermo. “Um furo que não vingou”, segundo ele.
Mas o Dart foi minguando em vendas no fim dos anos 70. Em janeiro de 1981 foram vendidas apenas duas unidades. Ele saiu de linha em julho daquele ano.