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Carro ‘popular’ não honra o apelido
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Carro ‘popular’ não honra o apelido

Além do Chery QQ, que está chegando, apenas outros dois modelos custam menos de R$ 25 mil no País. Por causa de seus preços, os modelos 1.0 estão bem longe do apelido que receberam em 1993, por causa de um decreto do então presidente Itamar Franco

30 de abr, 2011 · 3 minutos de leitura.

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 Carro 'popular' não honra o apelido

Mille parte de R$ 23.220, mas vai a R$ 25.050 com quatro portas (Foto: Fiat/Divulgação)

Luís Felipe Figueiredo

Ao tomar como referência a proposta original do “carro popular”, criada em 1993 por decreto do então Presidente da República Itamar Franco, mesmo o mais barato automóvel à venda no País está longe de poder ser chamado assim.

O decreto beneficiava os modelos com motor 1.0 com alíquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de 0,1% e estabelecia que deveriam custar no máximo o equivalente a US$ 7,2 mil. Em valores atuais, seriam cerca de R$ 11.200.

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Atualmente só há três carros no País com tabela abaixo de R$ 25 mil – mais que o dobro do “limite” de Franco. Além do Chery QQ, que chega no mês que vem por R$ 22.990, sobram o Fiat Uno Mille Economy, a R$ 23.220 e o chinês Effa M100, cujo preço sugerido parte de R$ 24.500.

Dos nacionais 1.0, Ford Ka e Renault Clio saem a R$ 25.240 e R$ 25.600, respectivamente, e o Chevrolet Celta, a R$ 26.115. O mais caro é o Gol G4, por R$ 27.530. Nas concessionárias Volkswagen, o preço promocional é de R$ 23.990.

Atualmente, a adoção de medida semelhante, principalmente com drástica redução do IPI, seria inviável, segundo especialistas. Os preços mais baixos estimulariam demanda excessiva, gerando inflação.


“É justamente o contrário do que o governo quer”, afirma o consultor da ADK Automotive Paulo Roberto Garbossa. “Melhor do que reviver os ‘populares’ seria remanejar as alíquotas de IPI por faixas de potência. Seria mais justo.”

Produzido na China, Effa M100 tem preço sugerido de R$ 24.500 (Foto: Sérgio Castro/AE)

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Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.