RAFAELA BORGES
FOTOS: SERGIO CASTRO/ESTADAO
O mercado de esportivos importados vem crescendo no Brasil, mas em 2012 as vendas despencaram. No ano passado foram emplacados 3.031 unidades de carros com preços de R$ 128.990, caso do francês Peugeot RCZ, a mais de R$ 2 milhões, cujo exemplo clássico são as Ferrari. Como comparação, houve 5.204 emplacamentos em 2011, 72% a mais do que em 2012.
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“O aumento de 30 pontos porcentuais no IPI afetou o cliente desse tipo de carro”, diz o gerente de Vendas da Audi Brasil, Thiago Lemes. “O R8, por exemplo, ficou 28% mais caro. Por mais que o poder aquisitivo desses consumidores seja alto, muitos optam por esperar para trocar o usado, que não se valorizou após o reajuste do novo.” Ele afirma que o segmento tem potencial para retornar aos patamares anteriores. “O cliente terá de se acostumar com o novo IPI.”
O mercado de superesportivos começou a ganhar força no País em 2008, com o crescimento da indústria automobilística nacional, da economia brasileira e, consequentemente, do poder aquisitivo dos consumidores.
Marcas como Aston Martin, Bentley e Lamborghini, que eram trazidas por importação independente, passaram a ter representação oficial no País. O público desses carros, especialmente os mais caros, é formado por empresários e profissionais liberais renomados. “Eles têm mais de 45 anos e quase todos são homens. Apenas uma mulher comprou um R8 no Brasil até hoje”, diz Lemes. Outro ponto em comum é a paixão pelo automobilismo – frequentemente eles levam seus carros para as pistas.
Em 2011 e em 2012, o mais vendido do segmento foi o Chevrolet Camaro – 929 unidades no ano passado -, cuja tabela parte de R$ 203 mil. O Mercedes-Benz SLK ocupa a segunda posição, seguido pelo RCZ (confira o ranking no quadro mais à direita).
NICHO
Mesmo com a expansão das vendas, o mercado brasileiro de esportivos estrangeiros ainda é tímido. O R8, por exemplo, teve 22 emplacamentos no País em 2012, ante 800 nos EUA e 160 na China no mesmo ano.
Na comparação com a Alemanha, que briga com o Brasil pela posição de quarto maior consumidor de veículos do planeta, a desvantagem também é enorme. Por lá, foram vendidos 644 Mercedes-Benz SLS AMG no ano passado, ante 20 no Brasil.
Do Porsche Boxster, os alemães compraram 2.174 unidades em 2012 e os brasileiros, 49. E da Ferrari 458, a Alemanha emplacou 458 – foram 30 no Brasil.