LUÍS FELIPE FIGUEIREDO
Dono de um sítio em Socorro, no interior do Estado, o comerciante Reinaldo Raboni passou um bom tempo “namorando” o Dodge Dart cupê 1976 das fotos desta página, que ficava em uma propriedade vizinha à sua. “O carro ficava guardado em um galpão. Meu pai sempre passava por ali e o via, mas não sabia de quem era”, conta Arthur, filho de Raboni. “Até que um dia esse mesmo Dart apareceu em São Caetano do Sul (ABC), onde nós moramos. Era de um juiz conhecido dele.”
Segundo Arthur, o carro havia sido trazido para São Caetano para ser vendido. “Meu pai foi na hora falar com o tal juiz e conseguiu fazer negócio.” Isso aconteceu há cerca de dez anos. O Dart foi comprado por menos de R$ 10 mil. Hoje vale aproximadamente três vezes mais.”
O cupê estava em ótimo estado, não precisou de reparos na pintura ou consertos na mecânica. Só o motor foi pintado e as rodas, trocadas. O Dart tem pneus 225/60 R 14 na dianteira e 245/60 R 14 na traseira. “Fazemos o básico, como regular o carburador e manter o carro limpo”, conta Arthur.
No interior do cupê quase nada precisou ser feito. Só o painel, ressecado, teve sua cobertura trocada. “Os bancos estavam cobertos com uma capa que, quando retirada, revelou o estofamento em perfeito estado, “como novo”, diz.
Aluno do primeiro ano da faculdade de engenharia mecânica, Arthur é um dos poucos autorizados a dirigir o cupê. Ele conta que o pai tem ciúmes do Dart, mas que às vezes o usa até para tarefas do dia a dia. “Houve uma ocasião em que ele colocou uma secadora de roupa no banco de trás do carro. Ao retirá-la, rasgou um pedaço do forro do teto. Meu irmão mais novo, que gosta do carro mais do que eu, ficou muito chateado.”
Arthur diz que o pai costuma usar o Dodge para passear com a família nos fins de semana. “Já saímos em seis nele, no maior conforto. Como meu pai colocou placa preta, não temos problemas com a falta de cintos de segurança de três pontos para todos.” O Dart tem cintos subabdominais apenas.