RAFAELA BORGES
O estoque de veículos no Brasil atingiu 37 dias no mês passado. Apesar de ser o maior desde novembro de 2008, não preocupa a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), de acordo com seu presidente, Cledorvino Belini. O discurso é diferente do da Fenabrave, que reúne as concessionárias. A entidade, que na semana passada informou que o estoque ultrapassava 40 dias, considera esse número preocupante.
Belini chamou a atenção para 2008, quando eclodiu a crise econômica mundial. “Naquela época o estoque chegou a quase 60 dias. Era muito pior”, diz.
Em novembro daquele ano, os estoques atingiram 56 dias. Os números somam o tempo em que os veículos ficam parados no pátio das montadoras com o período que passam nas lojas.
“Nas autorizadas, o estoque até diminuiu de 24 para 23 dias. Na indústria, foi de 12 para 14”, disse Belini. O executivo atribui essa alta a fatores como o aumento da oferta de novos modelos no mercado nacional.
Já o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, havia dito que o recorde de emplacamentos registrado em agosto – melhor mês do ano para o setor – é fruto do aumento de participação das vendas especiais, feitas da fábrica diretamente à pessoas jurídicas.
O fato é que Fiat, Ford e Volkswagen anunciaram paralisações em algumas fábricas para adequar a produção aos estoques.