LUÍS FELIPE FIGUEIREDO
Liverpool, Inglaterra – O engenheiro mecânico Mike Larner, de 50 anos, está na Jaguar desde 1986 e em 2008 se tornou responsável por uma área delicada no grupo, que inclui a Land Rover: qualidade. Diretor desse departamento, sua missão é mudar a imagem, principalmente na Europa, de falta de qualidade dos carros das marcas, que pertencem à indiana Tata. A entrevista abaixo foi concedida durante o lançamento do Range Rover Evoque.
Qual a importância da qualidade em um jipe?
Principalmente para que ele não quebre (risos). Na verdade, é importante para que todas as funções de tecnologia operem corretamente. Se pegarmos um Range Rover ou um Jaguar XJ, esses recursos são muitos.
Qual é o maior desafio hoje?
Mudar a percepção quanto à falta de qualidade dos nossos carros. Isso foi muito marcado no passado e demora muito tempo, talvez mais de uma década, para mudar.
Isso afeta ambas as marcas?
Mais a Jaguar.
A mudança de dono (da Ford para a Tata) ajuda no processo?
Isso não afeta muito. Boa parte do que implementamos atualmente em nossos produtos segue processos e métodos de melhorias que independem de quem é dono da empresa.
Fazer veículos com plataformas Ford (como o Jaguar X-Type, sobre a base do Mondeo) teve algo a ver com essa percepção do consumidor?
Não, aqueles eram bons carros. Mas confesso que talvez essa questão não tenha sido trabalhada da melhor forma.
A Tata pode aproveitar a experiência da Jaguar Land Rover para aprimorar seus produtos?
É uma boa ideia. No entanto, não há, ao menos atualmente, iniciativas como essa.
Há muita pressão para que sejam utilizados tecidos, fibras e produtos “ecológicos”, em vez de outros como aço ou plástico. Isso ajuda ou atrapalha na qualidade final?
É um desafio, porque nem sempre uma peça feita de determinado material atinge o mesmo nível que temos com um produto corrente. Por isso fazemos pesquisas intensamente.
Viagem feita a convite da Land Rover