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Restrição a carro antigo faria poluição cair até 67%
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Restrição a carro antigo faria poluição cair até 67%

TIAGO DANTAS A Prefeitura de Paris, na França, planeja proibir a circulação de carros antigos – com 17 anos ou... leia mais

17 de dez, 2012 · 6 minutos de leitura.

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 Restrição a carro antigo faria poluição cair até 67%

TIAGO DANTAS

A Prefeitura de Paris, na França, planeja proibir a circulação de carros antigos – com 17 anos ou mais – na cidade a partir de 2014 para combater a poluição do ar. A restrição também é discutida em Lisboa, Portugal, e em Munique, Alemanha. Se uma medida semelhante fosse adotada em São Paulo, o trânsito da capital teria cerca de 2,1 milhões de veículos a menos e a cidade poderia sentir uma redução de até 67% na emissão de poluentes, segundo especialistas.

O volume de gases nocivos à saúde gerado pelo motor de um carro com mais de 15 anos de uso é 28 vezes maior que o de um novo, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). “A tecnologia dos veículos aumentou para tornar o motor mais eficiente e diminuir a poluição que ele gera”, afirma o professor de Engenharia Mecânica Sílvio Sumioshi, da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

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A substituição do carburador pela injeção eletrônica, o uso do catalisador e a instalação de peças para tratar os gases no escapamento são alguns dos avanços citados por Sumioshi. O professor também lembra que a falta de manutenção adequada, principalmente nos carros mais antigos, também está ligada à poluição. “O desgaste de algumas peças e a falta de regulagem do motor podem atrapalhar.”

Caminhões, ônibus e utilitários movidos a diesel são parte dos cerca de 2,1 milhões de veículos com mais de 20 anos de uso que circulam pela capital, de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Alguns desses automóveis não se enquadram nas regras do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), criado em 1986 pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). O programa estabeleceu um calendário para reduzir a emissão de gases.


Diminuir a emissão de poluentes não é suficiente se a frota continuar crescendo, avalia o professor Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Universidade de São Paulo (USP). “Não vamos resolver o problema da poluição apenas trocando esses veículos velhos por carros que poluem menos”, afirma Saldiva. “Uma restrição de carros antigos seria bem vinda em São Paulo, mas apenas se fosse acompanhada de medidas estruturantes, como a oferta de transporte público rápido e confortável.” A medida também poderia ser acompanhada por incentivos fiscais para quem quisesse trocar o carro por um mais novo.

DIFICULDADES

A proibição em Paris afetaria pouco mais de 367 mil motoristas, que teriam de se desfazer dos automóveis fabricados antes de 1997 e encontrar outro meio de deslocamento. A cidade tem uma rede de metrô três vezes maior que a de São Paulo e um sistema de aluguel de bicicletas, com 23 mil unidades. Ainda assim, a ideia encontra resistência. Colecionadores de carros reclamam. Eles argumentam que, como não usam os veículos todos os dias, não contribuem tanto para provocar a poluição.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.