Com agências internacionais
Duas empresas chinesas chegaram a um possível acordo para comprar a sueca Saab, que enfrenta dificuldades financeiras, por 100 milhões de euros (cerca de R$ 240 milhões), disse nesta sexta feira a proprietária da empresa, Swedish Automobile. A jogada da Zhejiang Youngman Lotus Automobile Co. e da Pang Da Automobile Trade Co. marca a mais recente tentativa de resgate da Saab, que enfrenta problemas de liquidez e tem lutado pela própria sobrevivência desde que foi vendida pela General Motors em 2010 a uma pequena empresa holandesa especializada em carros de luxo.
A produção nas linhas de montagem da Saab passou a maior parte do ano suspensa enquanto a empresa tentava pagar seus funcionários e fornecedores. Em setembro ela deu início a um processo de reorganização semelhante à proteção oferecida pelo Capítulo 11 da lei americana contra as concordatas. A Swedish Automobile, empresa holandesa antes conhecida como Spyker Cars, disse ter chegado a um entendimento com Youngman e Pang Da
estipulando a venda de todas as ações da Saab.
Se o acordo for concluído e aprovado pelas autoridades, significará que ambas as fábricas de automóveis suecas ficarão nas mãos dos chineses. O Geely Holding Group, chinês, comprou a Volvo Cars da Ford Motor Co. por US$ 1,5 bilhão em 2010. “Trata-se de algo fantástico porque o futuro da empresa foi garantido”, disse Victor Muller, diretor executivo da Swedish Automobile, a uma rádio sueca. “Agora disporemos da estabilidade e dos recursos necessários para executar nosso plano de negócios.” Guy Lofalk, encarregado da reestruturação da Saab nos termos da lei de proteção contra concordatas, voltou atrás no seu pedido de encerramento
do processo, dizendo que o acordo chinês tinha aumentado as chances de um resultado positivo.
Num documento registrado no Tribunal Distrital de Vanersborg, Lofalk disse que Pang Da e Youngman tinham concordado em financiar a reorganização e também o plano de negócios da Saab. “Estas novas condições devem ser investigadas antes que possamos tomar uma decisão quanto ao fim da reorganização”, disse ele.
As duas empresas chinesas tinham concordado anteriormente em investir 245 milhões de euros para ficar com 53,9% da Saab, mas o acordo ficou retido na burocracia das autoridades chinesas, sendo cancelado no domingo pela Swedish Automobile.