A Suzuki informou ontem que vai cumprir a ameaça de levar a disputa com a Volkswagen à arbitragem internacional. Depois de declarar o fim da aliança entre as empresas, a fabricante japonesa exige que a montadora alemã venda a sua participação de quase 20% na Suzuki.
Após advertir na sexta-feira da semana passada que tomaria essa atitude, a montadora confirmou que dará início a processos de arbitragem no Tribunal Internacional de Arbitragem da ICC, em Londres, devido à “falta de resposta” da Volkswagen.
Procurada, a empresa alemã não comentou o assunto ontem. Mas a Volks, que detém uma participação de 19,89% na Suzuki, disse anteriormente que tem planos para manter o seu investimento na companhia japonesa.
Mesmo que a fabricante japonesa de carros tenha declarado unilateralmente o fim da parceria, a aliança parece prestes a entrar num período prolongado de disputas legais. Yasuhito Harayama, vice-presidente executivo da Suzuki, disse ontem, em entrevista coletiva, que a pendência poderá levar até dois anos para ser resolvida.
Maior fabricante de veículos da Europa, a Volkswagen adquiriu 19,89% de participação na Suzuki no final de 2009, por cerca de € 1,7 bilhão. A empresa esperava tirar proveito do know-how japonês na fabricação de carros compactos, além da posição de lucrar com a liderança da companhia na Índia. Já a Suzuki, que detém participação de 1,5% na Volks, esperava se beneficiar da avançada tecnologia alemã em economia de combustível.
As duas empresas, contudo, não lançaram qualquer operação conjunta no âmbito da parceria. Em 11 de setembro, a Volks enviou uma notificação de uma alegada infração de contratos por parte da Suzuki, relativa a motores diesel da italiana Fiat Spa.