Rafaela Borges
Eles são de segmentos diferentes, mas têm muito em comum. Ambos feitos na Alemanha, VW Tiguan e Mercedes-Benz Classe B contam com motores turbinados, câmbios automatizados e preços semelhantes. O monovolume, que acaba de chegar à segunda geração, parte de R$ 115.900 na versão B200. O utilitário-esportivo começa em R$ 106.421 e neste mês passou a ter versão R Line (veja mais ao lado). Eles trazem posição de guiar alta e espaço e flexibilidade interior, o que lhes dá apelo familiar.
Por causa dessas semelhanças, promovemos um duelo entre eles e o Tiguan levou a melhor. Além de ter preço de tabela menor, é mais bem equipado e confortável. No desempenho, são parecidos. Mesmo trazendo o motor 2.0 de 200 cv – ante os 156 cv do 1.6 do B200 -, o VW é mais pesado e seu câmbio tem seis velocidades – no rival são sete, o que permite reduzir as relações de marcha e aumenta a agilidade.
Os dois têm muito ímpeto para acelerar e retomar velocidade, algo que fazem jogando levemente o corpo do motorista contra o banco, se o pedal da direita for bem estimulado. Para isso contribui ainda o torque: a força máxima vem a baixas rotações. São 28,5 mkgf a 1.800 rpm no Tiguan e 25,3 mkgf a 1.250 giros no Classe B.
Os números divulgados pelas fabricantes apontam leve vantagem para o Mercedes: ele vai de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos, ante 8,5 s do Volks.
Os dois são bons de guiar, e é mais fácil achar a posição ideal no Tiguan, que tem ajustes elétricos no banco – os do Classe B são manuais. O Mercedes conta com suspensão mais firme e, em curvas, surpreende para um monovolume de carroceria alta. Bem na mão, tem comportamento de hatch.
O Tiguan também vai bem, mas se destaca pelo conforto. Sua suspensão amortece melhor os impactos com o piso. Já a tração nas quatro rodas (no Classe B é dianteira) ajuda a mantê-lo estável em curvas.
PACOTE DE ITENS DE SÉRIE É ARMA DA VOLKSWAGEN
A principal vantagem do Tiguan ante o Classe B é a lista de itens de série. Ambos trazem ar-condicionado digital, mas só o VW tem saída para os ocupantes de trás. Também são exclusivos do utilitário navegador GPS (o Mercedes tem o sistema, mas sem habilitação para o Brasil), bancos de couro e teto solar elétrico.
O B200 responde com comandos para o câmbio (quando na função manual) atrás do volante. Esse item é opcional da versão R Line do Tiguan. No pacote mais simples, essa nova configuração sai por R$ 114.900 e traz apenas “apetrechos” estéticos como as rodas de 18”.
A completa, de R$ 126.169, tem ainda bancos aquecidos com comandos elétricos (para o do motorista). O Mercedes traz um pacote com apelo “esportivo”, o B200 Sport. Os destaques são os bancos de couro, rodas de 18” (na versão mais básica, são de 16”) e os faróis com LEDs. Custa R$ 129.900.
As medidas internas são semelhantes, mas o Tiguan é mais espaçoso. Tem assoalho plano e deixa os passageiros de trás mais bem acomodados.
O preço das peças do B200 assusta. O farol dianteiro foi cotado a R$ 10 mil em pesquisa feita pelo InformEstado em concessionárias. Conforme a Mercedes, o valor sugerido para esse componente é R$ 7 mil, em média, mas as autorizadas podem cobrar mais.
OPINIÃO: ENQUANTO O JIPINHO NÃO CHEGA…
O Classe B chega sem concorrentes diretos. É o único monovolume deste porte e faixa de preço. No segmento, o mais próximo do Mercedes-Benz é o francês C4 Picasso, que tem preço de R$ 86.500 na versão de cinco lugares. No entanto, não traz a tecnologia embarcada disponível no alemão. É por isso que os principais rivais do novato no Brasil são os utilitários-esportivos mais sofisticados. Principalmente os conterrâneos. Eles também têm posição alta de guiar, espaço e flexibilidade. Tudo o que é oferecido em um monovolume. Além do Tiguan, a Mercedes está de olho nos clientes do BMW X1, que custa R$ 119.950 na versão mais simples. O Audi Q3, por ora, só tem opção mais requintada, por R$ 149.900. E é com o Classe B que a marca brigará com esses modelos até a chegada de seu jipinho, o GLA, em 2014.