Diego Ortiz
O crescimento do mercado brasileiro de automóveis aliado à crise financeira na Europa está contribuindo para que marcas que já produziram veículos aqui, mas abandonaram a fabricação local por falta de competitividade ou números de vendas limitados, considerem retomar a condição de fabricantes. No grupo das empresas que estão realizando avaliações com este fim há Audi, Mercedes-Benz e Land Rover.
Outra europeia, a alemã BMW já confirmou que terá, pela primeira vez, fábrica no Brasil. Além da crise no Velho Continente, essas empresas são incentivadas pelo Inovar-Auto, regime implementado no ano passado para dar benefícios às marcas que optem por ser fabricantes. Além disso, essas regras dificultam as importações.
Assim, até não-europeias já têm fábricas confirmadas no País. É o caso das chinesas JAC Motors e Chery.
ESTUDOS
A Audi ainda está analisando as regras do Inovar-Auto para decidir se irá levar adiante o projeto de fábrica no País para até 35 mil carros por ano. Em março, o vice-presidente mundial de compras da empresa, Bernd Martens, disse que falta a aprovação de um estudo de viabilidade para que o A3 (foto) passe a ser feito no Brasil, como já ocorreu de 1999 a 2006.
Desta vez, o plano prevê também a produção do novo sedã da linha A3, além do hatch. Como no primeiro período, os carros devem ser feitos em São José dos Pinhais (PR), em parceria com a Volkswagen, proprietária da Audi.
Já a Mercedes não deve usar sua unidade de Juiz de Fora (MG) para produzir seus novos carros no Brasil. A planta, que era responsável pelo antigo Classe A e recentemente foi reformulada para fabricar caminhões, poderá ser deixada de lado, já que a empresa alemã está negociando com outros Estados a instalação de um uma nova unidade industrial.
Os modelos previstos para serem feitos aqui, caso a fábrica seja aprovada, são o sedã CLA e a versão final do jipinho GLA.
O estudo da Land Rover está em fase ainda mais embrionária que os das duas alemãs. O produto a ser feito aqui, caso a fábrica seja aprovada, não foi definido, mas será um modelo de entrada. Um dos cotados é o Freelander, mas o mais provável é que a inglesa opte por um veículo mais básico e ainda inédito.
Um dos fatores que podem pesar positivamente na decisão é o crescimento de 23,3% que a Land Rover obteve no primeiro trimestre deste ano. O martelo será batido nos próximos meses, segundo o presidente da Jaguar Land Rover América Latina, Flavio Padovan. Na primeira metade da última década, foi montado no País o Defender.
CONFIRMADAS
A planta da BMW será em Araquari (SC) e consumirá cerca de R$ 50 milhões em investimentos apenas na fase de implementação. A unidade será a primeira da marca na América Latina.
O primeiro carro deve ser lançado até fevereiro de 2015 (a produção se inicia no fim de 2014) e a capacidade máxima chegará a 35 mil unidades ao ano – dos modelos Série 1 e X1.
A Chery será a primeira entre as chinesas a ter produção local. Vai montar o Celer em Jacareí (SP) a partir deste ano. Já a conterrânea JAC escolheu Camaçari (BA) para ter sua fábrica. A unidade, que entrará em funcionamento no segundo semestre de 2014, fará a nova geração da família J3 (hatch e sedã).
Também da China, a Geely, que tem como importador o Grupo Gandini, o mesmo da Kia, começa a vender seus carros no País em agosto e já considera uma fábrica. Negocia com o governo de Santa Catarina.
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