BELISA FRANGIONE
FOTOS: SERGIO CASTRO/AE
Observando as fotos do Dodge Custom Royal 1957 desta página fica difícil acreditar que ele estava abandonado há quase 25 anos em uma fazenda em Belo Horizonte. Seu atual proprietário, o professor de tênis e restaurador de veículos Edy Souza, conta que o modelo era praticamente só carcaça. A pintura original, branca e azul, estava quase invisível e a lataria, amassada. “Não valia R$ 500”, diz ele.
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O carro foi encontrado em um site da internet em 2007, pela esposa de Souza, Maria de Fátima, que tinha o objetivo de aumentar a coleção de veículos clássicos do casal.
Mesmo com o estado do carro, ele não se abateu. “Quando soube que era um Dodge tão raro, minha decisão imediata foi comprar e restaurar, mesmo tendo consciência de que o trabalho seria bastante complicado.” A prova de que a vontade de “salvar” o modelo era grande foi o valor desembolsado: R$ 15 mil.
Após a chegada a São Paulo, com a ajuda de um guincho, o Custom Royal foi direto para a casa de Souza, onde se iniciou o processo de restauração, que levou três anos.
O Dodge recebeu novos motor, câmbio e suspensão, foi pintado nas cores amarela e roxa e os para-choques ganharam detalhes cromados. Embaixo do rádio original foi instalado um leitor de DVD.
São do carro original a direção hidráulica, o vidro elétrico e o câmbio automático do tipo “push-button”, no qual as marchas, três no total, são trocadas por meio de botões no painel.
“Quando eu falo que esses itens não foram colocados por mim, ninguém acredita, já que o Dodge tem mais de 50 anos”, afirma Souza.
Na parte traseira, os detalhes semelhantes a uma barbatana de tubarão renderam-lhe o apelido de “Tuba”. O visual diferente já atraiu várias propostas de venda. Porém, todas foram recusadas. “Recebi ofertas de mais de R$ 100 mil, mas meu coração não aceitou”, conta.