LEANDRO ALVARES
FOTO: SERGIO CASTRO/ESTADÃO
Nem seria preciso a Mercedes-Benz associar o novo Classe A 200 a um hit de funk carioca, como fez em um vídeo na internet, para mostrar que o hatch é jovem, descolado e atraente. Mas com ou sem “lelek”, o modelo recém-lançado precisa de um pouco mais de vigor para desbancar o BMW Série 1.
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O duelo entre os compactos com motor turbo teve como base as versões Urban – sim, elas têm o mesmo nome -, ambas na faixa dos R$ 110 mil. Por apenas um ponto, o 118i, que parte de R$ 107.750 na configuração intermediária, levou a melhor sobre o Mercedes (topo de linha) cujo preço sugerido é de R$ 109.900.
BMW SÉRIE 1
Apesar de ser superior em nível de equipamentos, com direito a faróis de xenônio de série, o Classe A perde para o rival em capacidade técnica. Seu motor 1.6 turbo com injeção direta de gasolina rende 156 cv, ante os 172 cv do propulsor de mesma receita do Série 1.
O torque de ambos é de bons 25,5 mkgf, disponíveis a menos de 2 mil rpm. O BMW consegue administrar melhor esse poderio e impressionar mais o motorista que busca emoção.
A desenvoltura superior do 118i também se justifica pela transmissão automática de oito marchas. Essa caixa responde rapidamente aos comandos do acelerador e não oscila tanto nas reduções como a caixa automatizada de dupla embreagem e sete velocidades utilizada pelo Classe A.
No modo esportivo, o Mercedes tem comportamento agradável, principalmente quando se utilizam as aletas para trocas sequenciais atrás do volante, item que o Série 1 fica devendo. Ao menos, o seletor de mudanças do BMW fica no console e não na coluna de direção, como no Classe A, solução que não combina com o Mercedes.
MERCEDES-BENZ CLASSE A
Em curvas, os dois carros colam no chão e suas carrocerias mal inclinam, graças às suspensões independentes. A tração do 118i, traseira, bem como a direção elétrica de respostas diretas atiçam mais o motorista.
DESIGN
Embora beleza seja algo subjetivo, nas ruas o Classe A é o que mais chama a atenção e recebe elogios pelo desenho estiloso. Outro destaque do Mercedes é o melhor tratamento aos ocupantes. Apesar de ter os mesmos 2,69 metros de distância entre-eixos do Série 1, ele tem cabine mais espaçosa e oferece maior área livre para cabeça e joelhos dos passageiros que viajam no banco de trás.
No nível de acabamento o Classe A também é superior – tanto na aparência quanto na qualidade de materiais. Uma pena a tela multimídia central não ser sensível ao toque e ficar devendo navegador GPS. Outro senão é para o volante, de arco muito grande em relação ao do hatch da BMW.
No 118i, a posição de dirigir é mais agradável, baixa e fácil de ser ajustada, com destaque para o campo de visão ligeiramente maior.
A pegada esportiva do BMW não significa, porém, que ele seja pouco confortável. Suas suspensões filtram melhor os impactos com o solo do que as do Mercedes. Mas seu sistema start&stop (que desliga o motor em semáforos, por exemplo, e o religa quando se tira o pé do freio) poderia ser como o do Classe A, que não chacoalha a carroceria quando o propulsor volta a girar.
Para as bagagens, há pequena vantagem no porta-malas do BMW, que comporta 360 litros, ante 341 litros do Classe A. A maior diferença entre os dois modelos surge na hora da manutenção. Com exceção do jogo de pastilhas de freio, as outras peças (confira ao lado) são bem mais caras para o modelo da Mercedes-Benz.