Todo ano, o Fusca Clube do Brasil promove um encontro no Autódromo de Interlagos, zona sul de São Paulo. Na 21ª edição, que ocorreu na semana passada, compareceram mais de 250 Volkswagen – a maioria deles era de “besouros”. O evento mostrou exemplares para todos os gostos do mais querido modelo da marca alemã. Entre as tribos havia carros originais, rebaixados, turbinados, equipados e modificados.
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O público também era variado. Entre as centenas de fãs do VW estava a pediatra Adriana Cavazin, que é dona de um New Beetle e arrematou um Fusca 1972 por R$ 850 em um leilão há cinco anos. Ela conta que, após reformá-lo, mandou pintá-lo de cor-de-rosa e que costuma participar com sua irmã de eventos ligados ao clássico.
Já o publicitário Anderson Russo, que comprou um Fusca quase abandonado, optou por reformar apenas a mecânica. Seu carro tem estilo Rat Look (visual de rato), que lembra o de carros malcuidados. “Passei esponjas para marcar a lataria e o deixei bastante no sol, para que ficasse com a pintura queimada”, conta.
Outro apaixonado pelo modelo, o engenheiro Ervin Moretti ficou conhecido por ser dono do “Fusca Horácio”, um VW cor verde-abacate feito em 1974. Sempre que sai com o carro, ele carrega uma pelúcia do personagem do dinossauro criado por Maurício de Sousa. “Em 2013 tive uma surpresa. O ‘pai’ da Mônica autografou o porta-luvas do meu carro”, conta.
Outros estilos que estão ganhando espaço na personalização do Fusca são o German Look e o Califórnia. No primeiro é comum a instalação de acessórios originais feitos na Alemanha. Muitos optam por usar itens de modelos da Porsche, principalmente as rodas.
Dono de uma oficina especializada em Volkswagen em Guarulhos, na Grande São Paulo, o mecânico Emerson Renato afirma que várias dessas peças são importadas de desmanches. “Elas vêm dos EUA e da Europa, de carros da Porsche que foram sinistrados.”
Segundo o presidente do Fusca Clube do Brasil, Roney Celso Iannone, o encontro está mais do que consolidado e já ficou famoso. Tanto que, de acordo com ele, há apenas dois clubes no País que conseguem autorização para entrar com os associados na pista de Interlagos – o outro é da Porsche.
E o momento mais esperado do encontro é justamente quando o circuito é liberado. “Só entram associados ativos e alguns modelos Volkswagen liberados pelo clube”, diz Iannone.
Em 1950, chegava ao Brasil o primeiro lote de VW Sedan
Criado na Alemanha por Ferdinand Porsche e lançado em 1935, o Fusca inovou por ter preço acessível e quatro marchas – na época, a maioria dos câmbios só tinha três. As primeiras unidades do Volkswagen vieram ao Brasil em 1950. Um dos exemplares desta leva está no acervo do Fusca Clube do Brasil. A partir de 1953, o VW Sedan, como era chamado, começou a ser montado no Ipiranga, na zona sul de São Paulo. Seis anos mais tarde, o carro passou a ser feito em São Bernardo do Campo (SP). A produção foi encerrada em 1986 e voltou em 1993. Três anos depois, o VW saiu de linha definitivamente, após 3,1 milhões de unidades vendidas no País.