A história de amor entre o administrador de empresas Alan Zaitune e seu Charger R/T prova que quem persevera, alcança. Ele esperou quase duas décadas até conseguir comprar o Dodge que desejava desde 1995 quando costumava passar pela Rua Amaral Gurgel, na região central da cidade, de motoneta.
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Naquela época, Zaitune não conseguia tirar os olhos do “Dodjão” amarelo, que ficava estacionado em um posto de gasolina. “Todos do bairro conheciam o carro”, afirma ele.
Eis que, no ano passado, o administrador circulava pelas redondezas quando reencontrou o cupê parado em uma oficina mecânica, que pertence ao proprietário do carro. Zaitune não teve dúvida: entrou e fez uma proposta pelo modelo, dando início a uma longa negociação.
Ele não revela valores e conta que só conseguiu por as mãos no Dodge após fazer várias contrapropostas e se dispor a assumir inúmeras parcelas.
Após fechar o negócio, Zaitune fez alguns pequenos ajustes no carro. Trocou as rodas antigas pelas Magnum 500, de uma linha anterior do Dodge.
E o escapamento teve de receber abafador. Como o ronco do motor era muito alto, o carro havia sido reprovado na inspeção veicular. “Tive de levá-lo mais de sete vezes ao posto de vistoria”, conta. A alteração foi feita a contragosto. “Essa é uma das marcas registradas desse modelo.”
Mesmo com essas pequenas mudanças, o Charger conquistou mais de 90% dos pontos necessários para obter as placas pretas, que estão a caminho. Essa deferência é concedida aos veículos que mantêm a maior parte das características originais de fábrica.
De acordo com seu proprietário, a cor “Amarelo Magno” é um dos destaques do Dodge. “Ela foi criada para dar a conotação esportiva a um modelo único daquela época.”
Esse apelo é evidenciado pelas faixas laterais pretas, o prolongamento da base das colunas traseiras, o teto revestido de vinil e as entradas de ar no capô. “São características exclusivas, que não faziam parte de outros carros.”
O visual do modelo, aliás, é inspirado no da versão vendida no mercado norte-americano. Na dianteira, por exemplo, tanto os faróis quanto as luzes de seta ficam “escondidos” sob a grade de filetes verticais.
Na cabine, há bancos individuais na dianteira – nos demais modelos da marca eles eram inteiriços. O volante, por sua vez, tem três raios e há conta giros no painel de instrumentos, cuja moldura é recoberta por um material que imita madeira.
Força. Sob o capô do R/T há um motor 5.2 V8, que, de acordo com informações da Dodge, gera 216 cv a 4.400 rpm. O câmbio é manual de quatro marchas com alavanca no assoalho.
Ainda conforme dados da fabricante, com esse trem de força, o cupê, que pesa cerca de 1.500 quilos, pode acelerar de 0 a 100 km/h em 12 segundos.
Zaitune conta que sempre foi fã do Dodjão. Seu primeiro R/T, de 1976, comprado em sociedade com dois amigos, em 1986, foi furtado no ano seguinte.