
Em nova geração, a linha M3, nas versões cupê e conversível, passou a se chamar M4. Os dois modelos da BMW serão lançados no Brasil até o fim deste ano com motor de 431 cv, muita eletrônica embarcada e belo desenho. Os preços não foram divulgados.
O Jornal do Carro foi à Alemanha avaliar o M4 Cabrio, cujo teto rígido se abre ou fecha em operação simples, de três etapas, que leva 20 segundos para ser concluída e pode ser feita com o conversível rodando a até 18 km/h. Esse limite é baixo, principalmente quando se está em uma rodovia e, de repente, começa a chover.
Esse porém não chega a comprometer as virtudes do carro. A começar pelo desempenho, foco da divisão M, que prepara os carros da BMW. O motor de seis cilindros em linha é sobrealimentado por duas turbinas. Cada uma é responsável por dar conta de três cilindros.
Menores, elas atuam com rapidez e permitiram reduzir o peso do propulsor. Graças aos mais de 56 mkgf a partir de 1.850 rpm, o conversível parece uma flecha. Em uma rodovia de pista simples, cheia de curvas, nas montanhas entre a Alemanha e a Áustria, não foi preciso perder tempo atrás dos outros carros.
Ao pisar fundo no acelerador e girar o volante para a esquerda, o conversível responde de pronto, os ponteiros do conta-giros e velocímetro sobem rapidamente a as ultrapassagens são feitas sem sustos – bem antes de a próxima curva chegar. Nos trechos sem limite de velocidade das rodovias alemãs, a pista da esquerda é o “hábitat” do M4 Cabrio.
A marca de 200 km/h surge velozmente no painel enquanto os carros das pistas à direita vão ficando para trás. A essa velocidade e com o teto aberto, o vento não incomoda. Basta fechar os vidros para que a cabine seja cercada por uma espécie de “cápsula de proteção”.
Esportivo é muito equilibrado – Alemão tem tração atrás e, até com os controles eletrônicos desligados, se mantém firme na trajetória
De acordo informações da BMW, a velocidade máxima do M4 Cabrio é limitada a 250 km/h, como na maioria dos alemães – exceto os superesportivos. Acelerar de 0 a 100 km/h requer apenas 4,4 segundos. As retomadas de 80 a 120 km/h são feitas em 3,7 segundos em quarta marcha e 4,9 segundos em quinta.
Esses números são da versão com câmbio de sete marchas e duas embreagens. Há opção de trocas manuais por meio de hastes no volante. É possível escolher o modo de resposta. No confortável, as trocas ocorrem de forma suave e, no esportivo, o giro do motor sobe forte para possibilitar o melhor desempenho.
Dá para ajustar o modo de ação da direção, reduzindo a assistência para ter respostas mais instantâneas, e da suspensão, adequando o nível de amortecimento para conforto ou esportividade. Tudo é feito por meio de teclas no console central, individualmente. Há, ainda, a possibilidade de alterar todos os parâmetros ao mesmo tempo, ativando as opções “M1” ou “M2” no volante.
O controle eletrônico de estabilidade também oferece três níveis, com ação total, parcial ou sem assistência. Mesmo no modo mais “nervoso”, o equilíbrio do carro, que tem tração traseira, surpreende.
Durante a avaliação, o M4 Cabrio foi “provocado” o tempo todo em estradas cheias de curvas, com alta pressão no pedal dos ótimos freios, com discos de carbono cerâmica, e também no acelerador.
O BMW se manteve na trajetória a maior parte do tempo, com raríssimas escapadas de traseira. O bom comportamento é mérito, entre outros fatores, da excelente distribuição de peso. São 47,8% no eixo dianteiro e 52,2% no traseiro.
RUÍDO ARTIFICIAL. Os motores de seis cilindros não têm o som rouco e vigoroso dos V8. Além disso, as turbinas abafam seu ronco. A BMW resolveu essa questão ao instalar um dispositivo que funciona como um alto-falante no sistema de som do carro, projetando o ruído do motor na cabine.
Essa solução resulta em um ronco artificial, mas ainda assim bastante empolgante. O M4 Cabrio grita, intimidador, desde o momento em que se pressiona o botão de ignição do motor. De qualquer forma, o som do seis-em-linha é mais agradável para quem está do lado de fora do carro.
VISUAL. O capô longo típico dos modelos da marca, os faróis com LEDs, o para-choque dianteiro encorpado, as saídas de escapamento duplas, as rodas pretas de 19” e o logotipo “M” na traseira formam um conjunto impossível de ser ignorado.
Por dentro, os bancos são esportivos, com ótimo suporte lateral, e o volante fino e redondo é revestido de couro, com costura aparente nas cores da divisão “M”, azul e vermelha. A configuração do “head up display” usada no M4 Cabrio privilegia a esportividade.
O sistema, que projeta no para-brisa informações do painel e do navegador GPS, coloca em evidência, no centro, o conta-giros, que oscila entre as cores verde e vermelha a medida em que o motorista pressiona o pedal do acelerador. A grafia da velocidade é digital.
Os ajustes elétricos de banco e volante facilitam a tarefa de encontrar a posição ideal de guiar e proporcionam diversidade; o motorista pode ficar mais “afundado” no banco ou em posição mais elevada. Em nenhum dos casos, há prejuízo à visibilidade.
Com o teto fechado, a capacidade do porta-malas chega a 370 litros. O conversível pode levar até quatro pessoas, mas o espaço para quem viaja atrás é bastante reduzido.
VIAGEM FEITA A CONVITE DA BMW