O Série 8 é um dos mais emblemáticos carros feitos pela BMW. Além do belo visual e do motorzão V12, o cupê vinha com itens como controles eletrônicos de suspensão e tração, além de bancos elétricos com memória, raros há 25 anos, quando ele foi lançado. Avaliamos uma das 31 unidades do 850i trazidas ao País – feita em 1994, rodou apenas 48 mil km e está à venda em uma loja da capital por R$ 128 mil.
Antes de assumir o volante, é preciso dar uma volta em torno do alemão para reverenciar suas linhas. O desenho da carroceria, que é baixa e larga, remete à solidez e ao mesmo tempo, agressividade e elegância. A dianteira tem formato de cunha e “focinho” pequeno que emoldura a conhecida grade da marca e forma um belo conjunto. Acionados eletricamente, os faróis são escamoteáveis.
A traseira é curta e traz grandes lanternas. Embora o carro seja um 2+2, como o vidro e teto são bastante inclinados, viajar no banco de trás é um martírio. Isso se algum adulto for capaz de entrar ali.
Ao sentar no banco revestido de couro a sensação é de que se está a bordo de um modelo retrô e futurista ao mesmo tempo. O console central revestido de laca, o quadro de instrumentos simples e a alavanca do câmbio automático de cinco velocidades, sem opção de trocas sequencias, destoam dos ajustes elétricos dos bancos (com três memórias), do teto solar elétrico e da infinidade de botões.
Entre os mimos, o cupê traz ar-condicionado de duas zonas, acionamento das travas por controle remoto e sistema de som com 12 alto-falantes. Após encontrar a melhor posição de guiar (o volante é regulável em altura e profundidade), é hora de despertar o V12 feito de liga de alumínio.
Ao girar a chave, um ronco grave surge do escape com quatro saídas.
Após colocar o câmbio na posição “D”, basta uma leve pressão no acelerador para o 850i saltar para a frente, ignorando seus mais de 1.900 quilos. Além de ser o primeiro de série com acelerador eletrônico, há borboletas com acionamento eletrônico no coletor de admissão.
Mesmo com tanta tecnologia, o V12 gera “apenas” 326 cv. Como é de praxe, a velocidade é limitada a 250 km/h.
A tração traseira combinada com os vários controles eletrônicos deixa o carro muito estável. A direção hidráulica progressiva e a grande área envidraçada facilitam tarefas como manobras e mudanças de direção.
Ao fechar os vidros, dá até para esquecer que se está a bordo de um modelo feito há 20 anos. O silêncio impressiona mais do que o vigor das acelerações. Como o carro foi avaliado em trecho urbano, não foi possível pisar muito fundo no acelerador. Mas o fim do test-drive deixou um gostinho de quero mais.
No museu da marca em Munique há um dos dois únicos protótipos feitos da versão conversível. Nesses, infelizmente, será muito difícil botar as mãos. AGRADECIMENTOS: R2 IMPORT, FONE: 2887-4000.
Preço: R$ 128.000
Motor: 5.4, V12, 24V, gasolina
Potência (cv): 326 a 5.200 rpm
Torque (mkgf): 50 a 4.000 rpm
Câmbio: Automático, 5 m.
Tração: Traseira
0 a 100 km/h: 6,4 segundos
Vel. máxima: 250 km/h