Enquanto os brasileiros agradecem a obrigatoriedade dos freios ABS em carros produzidos no País a partir de 2014, a Argentina oficializou a obrigatoriedade do controle de estabilidade, conhecido como ESP, para veículos produzidos por lá a partir de janeiro de 2018.
A medida contempla automóveis e comerciais leves, com capacidade para até 2,5 toneladas. A partir de 2022 a obrigatoriedade será exigida em todos os veículos.
A nova lei também regulamenta itens ainda pendentes na legislação de trânsito do país, como a exigência de cintos de segurança de três pontos e retrátil para os passageiros traseiros, para vigorar a partir de janeiro de 2016, e suporte para fixação do extintor de incêndio para 2015. Desde 1º de janeiro de 2014 é obrigatório para automóveis e comerciais leves de até 2,5 toneladas a terceira luz de freio.
Avanços mínimos. Segundo o diretor técnico da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Marcus Vinicius Aguiar, o Brasil está avançado na questão da segurança veicular em relação a vários países, inclusive a Argentina. “O Brasil sempre esteve à frente, mas a Argentina, por exemplo, resolveu cobrar essas questões agora e está atualizada”, afirma.
“No Brasil, temos algumas discussões para o futuro, como a questão da iluminação, já que na Europa e nos Estados Unidos alguns carros utilizam tecnologias como LED e até laser. Também o ESP e a resistência para impactos laterais devem entrar nas próximas pautas do Denatran, mas atualmente não há nada em discussão.”
Ainda segundo o diretor técnico, montadoras e engenheiros de um modo geral não enxergam essas exigências e determinações com bons olhos. “O governo deve regulamentar o objetivo e como essa meta vai ser cumprida cabe às montadoras”, esclarece.
O uso do air bag pode ser usado como exemplo. Na Europa e Estados Unidos, o acessório não é obrigatório. Mas há a exigência de proteção dos passageiros em determinadas circunstâncias. “Para cumprir essa exigência, as fabricantes têm de usar air bag”, diz. “Muitas normas podem acabar engessando a engenharia e não incentivando o desenvolvimento de novas tecnologias”, acrescenta.
Em outro exemplo, há nos países desenvolvidos a exigência que o veículo tenha capacidade de frenagem em superfície com baixa aderência. Atualmente, isso só é possível com o ABS. Então o ABS não é obrigatório, mas é só com ele que se consegue cumprir essa exigência. Dessa forma, outras tecnologias vão sendo pesquisadas e desenvolvidas pelas montadoras para atingir essa meta.