Você está lendo...
Honda lança CB 650F no lugar da Hornet
Lançamentos

Honda lança CB 650F no lugar da Hornet

Modelo aposta na ciclística para substituir a Hornet, aposentada por causa do controle de emissões

16 de out, 2014 · 8 minutos de leitura.

Publicidade

 Honda lança CB 650F no lugar da Hornet
Honda 650 mostra boa ciclística

Substituir a Honda Hornet não é uma tarefa nada fácil. A moto é um ícone da nudez esportiva de média cilindrada e virou um objeto de desejo que está presente de rodas de conversa em bares da Vila Olímpia às letras de funk ostentação da efervescente periferia de São Paulo. É com essa missão impossível digna de Ethan Hunt que começa a ser feita no Brasil a CB 650F, tabelada a partir de R$ 28.990.

O novo modelo já chega sob a desconfiança da impotência. Se na Hornet, uma moto totalmente à frente de seu tempo, o motor de 599,3 cm³ gerava 102 cv a 12.000 rpm apoiados sobre um chassi de alumínio que dava o peso total de 173 kg, na CB 650F o motor de 649 cm³ rende 87 cv a 11.000 rpm fixados a um quadro de aço que imputa à moto 192 kg. Uma comparação tão covarde quanto o número de roubos e furtos da Hornet nas grandes capitais do País.

Publicidade


No entanto, mais do que reclamar com a Honda, que já está “rouca” de tanto dizer que a CB 650F não substitui a Hornet, tratada como insubstituível, é hora de pôr a culpa no planeta. Agonizante e precisando de ajuda, ele já não suporta mais modelos livres das amarras do Promot (norma de emissões de poluentes vigentes no Brasil). Com isso, a marca japonesa não teve outra opção a não ser criar um motor novo, menos potente, para cumprir as novas, tristes e necessárias regras do jogo.

Com isso em mente, fomos à pista. O autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu, interior de São Paulo, homologado pela Federação Internacional de Automobilismo, foi o escolhido pela Honda para apresentar o modelo. O ânimo não era dos maiores, ainda ecoava nos ouvidos o ronco da arrancada da Hornet. No entanto, mais encorpada do que parecia nas fotos, a CB 650F pedia uma chance.

Oportunidade dada, e não é que a moto cativa logo de cara. Para compensar a perda de potência no segmento, a Honda caprichou na ciclística. A 650 é uma moto incrivelmente na mão, que exibe a mesma leveza de condução de uma CG – guardadas as devidas proporções. O manete de aceleração não é muito sensível e tem uma leve folga, que exige uma “estrangulada” para tirar a moto da inércia. A intenção deve ser a de dar uma sensação mais bruta de aceleração, mais parecida com a da Hornet.


A posição de pilotagem é ótima, com um grau de inclinação de guidão e banco bem confortáveis. As pedaleiras de troca são altas, o que ajuda a encaixar bem a perna no tanque e descansar os braços. Já a suspensão dianteira, com garfo telescópico e 120 mm de curso, segura bem as entradas de curvas, e o monochoque traseiro de alumínio e 128 mm de curso tem um ajuste de pressão que evita que a moto rabeie na saída curva – e por ser de material leve, desloca menos peso na reaceleração.

Diante dessa ótima ciclística, o desempenho flui de maneira linear e agrada. Aos 6 mil giros o torque máximo de 6,4 mkgf já está praticamente todo disponível, o que garante retomadas com boas doses de emoção. Os engates secos do câmbio de seis marchas também ajudam na progressão de velocidade. Mesmo sem o ABS, a moto para bem, culpa dos freios a disco dianteiros e traseiros de 320 e 240 mm, respectivamente. Equipada com ABS (e vendida por R$ 31.190), é possível deixar para frear mais tarde e inclinar mais a moto na curva com segurança – ou evitar abalroar um motoboy em zigue-zague no corredor.

Além da CB 650F, a Honda também começa a vender no Brasil a CBR 650F, versão carenada da naked. Tabelada a R$ 30.690 ou R$ 32.890 na versão com ABS, a moto não tem alterações significativas em relação a CB, a não ser o visual e o guidão rebaixado preso na mesa. A suspensão dianteira também é um pouco mais dura para facilitar a entrada em curvas. Mas o mais legal dessa moto é que ela permite todo o visual e estilo que só as esportivas tem, sem “quebrar” a coluna do piloto.


Quanto à Hornet, ela retorna no ano que vem, com um motor de 800 cm³ que permitirá à Honda quebrar paradigmas novamente. Com um visual mais limpo e mais permissão de trabalhar em um motor de maior capacidade volumétrica sem gargalos de emissões, espera-se que a moto tenha mais de 115 cv e a mesma esportividade de antes. Agora resta apenas esperar.


Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”