Se prazer ao volante fosse o único critério avaliado neste comparativo, o 500 Abarth seria o campeão. Mas há fatores – todos racionais – que contribuíram para dar a vitória ao DS3 neste duelo de pequeninos com apelo esportivo. Embora seja um pouco menos esperto que a versão “brava” do Fiat mexicano, que acaba de estrear no País, o recém-atualizado Citroën importado da França oferece mais espaço e tecnologia.
Embora o DS3 seja maior que o 500 Abarth, os dois miram o mesmo público, que busca um carro rápido, divertido de guiar e com forte apelo visual. Não é à toa que eles têm tabelas semelhantes – a do Fiat parte de R$ 81.710 e a do Citroën, de R$ 82.490.
A lista de itens de série também é parelha. O Fiat leva vantagem por ter bancos de couro com desenho esportivo. Nos dois há ar-condicionado digital, seis air bags e programa eletrônico de estabilidade.
O Citroën leva vantagem nos opcionais. As imagens da câmera de ré e do navegador GPS são projetadas em uma tela central (de série). Os faróis de neblina têm LEDs e há aquecimento para os bancos dianteiros entre os opcionais.
O 500 não traz nenhum desses itens, mas pode vir com teto solar, que não está disponível no Citroën. Com toda a parafernália tecnológica, o DS3 chega a R$ 97.110, bem mais que os R$ 88.958 da configuração mais equipada do rival. No capítulo ergonomia, o francês traz ajuste de profundidade do volante – no 500, só a altura pode ser regulada. Mas é mais fácil encontrar a melhor posição de guiar no Fiat.
O DS3 peca por ter menos porta-objetos (não há porta-copos), mas seu acabamento interno é um pouco superior ao do 500. Os plásticos aparentam ter melhor qualidade e há imitação de fibra de carbono. No Fiat, o painel de metal da mesma cor da carroceria chama a atenção. E o velocímetro digital, no centro do quadro de instrumentos, agrada.
500 Abarth
Prós:
DESEMPENHO: Fiat é mais explosivo nas retomadas e passa segurança em mudanças de trajetória.
Contras:
ESPAÇO: O hatch é para rodar na cidade ou viajar sozinho, pois mal acomoda uma mala.
DS3
Prós:
TECNOLOGIA: Francês traz LEDs nos faróis, navegador GPS e câmera para manobras de ré.
Contras:
ERGONOMIA: Achar a posição ideal de guiar é difícil. Entre as falhas, não há porta-copos.
É rodando que esses carrinhos mostram o que têm de melhor, pois há muita potência e torque para mover pouco peso. Isso lhes garante o apelido de “foguetinhos de bolso”.
DS3 e 500 têm motores com turbo. Mais moderno, o 1.6 do Citroën tem injeção direta de gasolina. O 1.4 do Fiat é um tanto ultrapassado, mas entrega números semelhantes. Tem 167 cv, ante os 165 cv do rival, que responde com torque superior e disponível mais cedo (a 1.100 rpm mais baixas).
Graças a isso e ao câmbio manual de seis marchas – o do 500 tem cinco -, o DS3 consegue acompanhar o Fiat, que é bem mais leve, em desempenho. Os dois retomam velocidade com agilidade impressionante. O corpo do motorista chega a ser projetado contra o banco nas reduções de marcha e pisando forte no pedal do acelerador.
O 500 é um pouco mais explosivo, principalmente no modo Sport, ativado por meio de botão no painel central. Essa função aumenta a pressão do turbo e deixa as respostas do acelerador mais rápidas.
A direção hidráulica do Fiat é mais direta que a elétrica do Citroën, o que contribui para passar sensação de segurança ao motorista em alta velocidade e curvas. Na prática, quem estiver ao volante do 500 ficará mais à vontade ao mudar a trajetória e em ultrapassagens.
Se a ideia é pegar a estrada, o Citroën é melhor. O bagageiro do Fiat mal acomoda uma mala e no do DS3 vão pelo menos duas médias. Além disso, no francês há mais espaço para as pernas dos passageiros de trás.