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Veja quem foi o primeiro habilitado do País
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Veja quem foi o primeiro habilitado do País

Início do século passado marcou a chegada dos primeiros carros, motoristas e acidentes no Brasil

08 de abr, 2015 · 5 minutos de leitura.

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 Veja quem foi o primeiro habilitado do País
Trânsito já era caótico no começo do século passado, quando surgir os primeiros carros

Olavo Bilac foi um importante poeta e jornalista brasileiro – até aí, nenhuma novidade. O que pouca gente sabe é que, embora fosse exímio com a pena, não tinha a mesma habilidade ao volante. Tido como um dos mais importantes poetas parnasianos do País, Bilac foi, ao que tudo indica, o causador do primeiro acidente envolvendo automóvel no Brasil. O fato aconteceu em 1897, época em que automóvel era novidade não apenas por aqui, mas no mundo todo.

Pelo que consta, o carro que Bilac bateu pertencia ao também poeta e jornalista José do Patrocínio, que teria se oferecido para ensinar o amigo a guiar seu modelo francês movido a vapor chamado Serpollet. Segundo relatos, o veículo bateu em uma árvore em uma curva da Estrada da Tijuca, na capital do Rio de Janeiro.

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Os congestionamentos também não demoraram a aparecer. De acordo com Carlos Castilho, professor e estudioso da história da mobilidade, na década de 20 já havia registros de trânsito complicado na região da Avenida Paulista, onde moravam os barões do café. O curioso é que, nessa época, carros puxados por animais disputavam espaço com veículos motorizados, de acordo com a revista “Boas Estradas”, de março de 1926 (confira no gráfico abaixo).

Se naquele tempo o carro era um luxo reservado aos mais abastados, a partir de 1910 o Ford T possibilitou que a classe média também tivesse acesso ao novo meio de transporte. Isso graças ao preço acessível comparado ao de modelos europeus, mais sofisticados. O Modelo T foi substituído pelo “A” nos anos 20. Depois vieram ícones como o Citroën Traction Avant (anos 30), e diversos carros americanos no pós-guerra. Na sequência, teve início a produção local.


Só havia um motorista no Brasil em 1925. No fim do Século 19, havia pouquíssimos automóveis no Brasil: dois em São Paulo (um dos quais trazido da França por Alberto Santos Dumont) e dois no Rio de Janeiro. O quinto veículo, um Clément-Panhard, chegou à Bahia em 1900, e continua em Salvador até hoje, em boas condições.

Uma das primeiras mulheres habilitadas de que se tem notícia no País foi a argentina Juana Elena Grieve Desaunay de Evans, que obteve a licença para guiar em 1925. Ela veio da Argentina com o marido, o inglês Edward Affleck Evans.


Segundo informa seu neto, Jeremy Semple, Edward era superintendente da filial argentina da Ford. Em 1919, ele foi incumbido de instalar a empresa no País e escolheu um galpão na Rua Florêncio de Abreu, no centro da capital paulista. Foi ali, com 12 funcionários, que a Ford inaugurou a montagem de veículos, com o Modelo T, além dos caminhões TT.

Mais tarde, Evans tornou-se concessionário da marca. E, durante a Revolução Paulista de 1924, chegou a esconder caixas de câmbio no forro do teto, para evitar que os veículos em exposição fossem confiscados pelos revoltosos.


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Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.