Para quem gosta de carro, encontrar um exemplar em um terreno baldio ou em uma garagem é como achar um tesouro, intocado por anos, até mesmo décadas. O sentimento se multiplica quando trata-se de um modelo raro, como é o caso desse Bugatti da foto acima.
Trata-se de um modelo 1925, chamado Bugatti Type 13 Brescia, que ficou estacionado em um celeiro por 40 anos. O veículo pertencia a um entusiasta da marca, dono de mais três unidades do Type 13, que foram vendidas na década de 70.
Acredita-se que apenas 12 exemplos do modelo estejam “por aí”, equipado com motor 1.4 litro de 30 cv. O carrinho pesa apenas 300 kg. O Type 13 levou o “sobrenome” Brescia em homenagem ao Grand Prix 1921, no qual o Bugatti levou os quatro primeiros lugares. A partir dessa data, todos os modelos Type 13 tornaram-se conhecidos como “Brescias”.
O Type 13 achado no celeiro está em bom estado e, de acordo com a casa de leilões francesa Artcurial, deve arrecadar entre 150 mil e 250 mil euros, algo entre R$ 506 mil e R$ 845 mil.
BÔNUS: Veja outros casos de veículos encontrados depois de anos
Ferrari 250 GT Spyder California SWB – fabricada em 1961, foi leiloada pelo valor equivalente a R$ 52 milhões. O modelo fazia parte de um lote de 60 carros abandonados durante 50 anos em uma fazenda francesa. Na ocasião, ele foi encontrado coberto de jornais, revistas e livros.
O valor alcançado no leilão tem motivo. O modelo italiano é raro, e teve apenas 37 exemplares fabricados. O esportivo ainda foi utilizado pela dupla Alain Delon e Jane Fonda no filme “Les Félins”, de 1964. O conversível se tornou a Ferrari 250 mais cara já leiloada na história.
No mesmo leilão, organizado pelo empresário francês Roger Baillon, do ramo de transportes, um Maserati A6G de 1956 foi vendido por US$ 2,2 milhões, cerca de R$ 6,1 milhões. Já um Talbot-Lago T26 de 1949, ganhou novo dono, que o arrematou por US$ 1,9 milhões, algo em torno de R$ 5,3 milhões.
Mercedes de R$ 2,7 milhões – O fotógrafo automotivo Piotr Degler descobriu um raro Mercedes 300SL “Asa de Gaivota” abandonado debaixo de uma bananeira em Cuba. O modelo da marca alemã, que começou a ser feito em 1954, tem valor mínimo que ronda a casa do US$ 1 milhão (cerca de R$ 2,7 milhões) dependendo do estado e ano do lote de fabricação. O “Asa de Gaivota” achado na bananeira cubana está em estado deplorável e praticamente só mantém a carcaça, mas nas mãos do restaurador certo poderá novamente ganhar “vida” e valer muito, até por ter esta origem inusitada. “Encontrar o carro foi uma experiência indescritível”, disse Degler.
Yamaha achada na caixa – Uma Yamaha RZ500N, ano 1985, foi encontrada dentro de sua caixa original na Austrália. O modelo, zero quilômetro, pode ser comprado por cerca de 35 mil dólares australianos, o equivalente a R$ 75 mil. A preciosidade, importada do Japão, foi descoberta em um galpão. Chaves e manual do proprietário estão em perfeito estado. A moto é equipada com um motor quatro cilindros em V de 499 cm³, que gera 88 cv a 9.500 rpm. O peso é de 170 quilos.
A RZ500N era uma variação da YZR 500, modelo usado no Moto GP da época. A marca japonesa nunca chegou a comercializar a esportiva no Brasil oficialmente (algumas importadas chegaram a vir), mas ela inspirou outra fera, a RD350 “viúva negra”, que fazia os jovens da época pirarem.
Escort XR3 1985 – O modelo foi encontrado em estado de total abandono em um galpão em Campinas, interior de São Paulo. No odômetro há parcos 167 quilômetros. Um dado que comprova o “nascimento” e a originalidade do esportivo dos anos 1980 é o documento de vistoria do Departamento Estadual de Trânsito.
O Ford Escort começou a sua história no Brasil em 1983, com a chegada da terceira geração do modelo. A versão XR3 usava um motor 1.6 CHT de 83 cv e 12,8 mkgf de torque associado ao câmbio manual de cinco marchas. Leve, com apenas 936 kg, o Ford se destacava por acelerar de 0 a 100 km/h em 13,4 segundos e atingir a máxima de 163 km/h, de acordo com os números da Ford. Recentemente fizemos uma matéria com uma raridade parecida, um VW Fusca de 1974 com 357 quilômetros rodados.
Ingleses valiosos – Dois modelos Aston Martin DBS Vantage, um de 1969 e outro de 1970 foram encontrados acumulando pó em uma garagem no Reino Unido em abril do ano passado. O mais antigo deles também é o mais raro. O DBS Vantage 69 traz caixa de câmbio manual, configuração que na mão inglesa teve apenas 70 carros produzidos. Seu motor é um seis-cilindros 4.0 com três carburadores Weber que gera 330 cv a 5.750 rpm. Ele teve apenas dois donos em todo esse tempo e a última pessoa que o adquiriu, em 2002, o manteve em uso por apenas um ano antes de mantê-lo guardado desde então.
O segundo DBS tem acabamento interno caramelo e é equipado com um V8 5.3 de 325 cv a 5.000 rpm que o leva até os 257 km/h. Ele tem apenas 45 mil km rodados e seu último documento é de 2004, ano em que deve ter rodado pela última vez.
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