De uns tempos para cá, a preferência dos consumidores vem se voltado claramente para os utilitários-esportivos. Aí você se pode se pegar pensando: será que cedo ou tarde terei de aderir à moda? Após acelerar carros como o Mini Cooper S e o Audi A1 Sportback, essa dúvida desaparece. A resposta é “não”. O carrinho da marca inglesa traz motor 2.0 turbo de 192 cv e parte de R$ 139.950, na versão Top de quatro portas. O da alemã, vem com o 1.4 turbo de 185 cv na opção Ambition, tabelada a R$ 110.190).
Essa dupla deixa feliz o dia de qualquer motorista, mesmo os que estejam apenas indo de casa para o trabalho. Basta acelerar para a resposta vir bruta, quase como um soco.A direção responde prontamente e os freios estancam o carro no instante em que são solicitados. Até aqui, a descrição vale para os dois carros.
Entre as diferenças, o A1 é um hatch para quatro pessoas, pois no meio do banco de trás há porta-copos e objetos. Como o encosto do banco é muito em pé – um truque para ampliar o espaço – os passageiros vão se cansar em viagens longas.Já o Mini Cooper S pode levar até cinco ocupantes – mas só na teoria. O espaço é restrito, pois, além de o túnel central traseiro ser alto, acima dele há um porta-objetos.
Em resumo: tanto no Audi quanto no Mini, o melhor lugar é para o motorista. Os dois carros têm potência inversamente proporcional ao tamanho. No A1 Ambition, o 1.4 garante respostas ágeis, e o câmbio automatizado de sete marchas e dupla embreagem faz trocas rápidas, seja na alavanca ou nas hastes no volante.
Esse motor tem uma engenhosa combinação de turbo e compressor mecânico. A parceria aproveita o melhor do compressor em baixo giro e o bom rendimento da turbina a partir das médias rotações. Graças à essa dupla afinada, o Audi feito na Bélgica pode acelerar de 0 a 100 km/h em 7 segundos e chega a 227 km/h.Parece que você está a bordo de uma supermáquina. Pelo menos até entrar no Cooper S. Em relação ao motor, o inglês não tem nada de míni.
A velocidade máxima é de 230 km/h. E, para acelerar de 0 a 100 km/h bastam 6,9 segundos – o Mini arranca gastando os pneus dianteiros no chão por uma boa distância, tal a força concentrada sob o capô.
O duelo entre marcas alemãs (a Mini pertencente à BMW) reserva uma surpresa a cada centímetro quadrado. A começar pelo estilo da carroceria.O do A1 agrada. Tanto quanto o dos demais Audi. Mas o Mini tem mais personalidade. Na versão S, há saídas duplas de escape no centro da traseira, além de duas enormes entradas de ar na frente, para os freios.Por dentro, uma profusão de botões, chaves e cores contrasta com o painel monocromático do A1. Somando os de teto, volante, console, câmbio e central multimídia, são 37.
A chave abaixo da alavanca de câmbio permite optar entre os modos de condução normal, sport e green (econômica). Conforme a escolha, a moldura da tela central muda de cor. É verdade que trata-se de uma decoração meio exagerada, mas no Mini não fica feio.
Se o A1 amplia o grau de felicidade ao volante, no Mini essa sensação vai ao extremo. Ele tem direção ainda mais direta e respostas mais estúpidas.Mas é preciso estar preparado para ficar quicando, pois a suspensão é muito dura. Até passar sobre a tampa de um bueiro é garantia de solavanco. O Cooper é assim: inquieto.