Durante um evento em Detroit (EUA), no qual mostrou novas tecnologias em eletrônica, trem de força e conectividade, além de futuros produtos Chevrolet, a GM mostrou a evolução do Corvette. Para deleite de qualquer fã de carros, os exemplares de cada uma das sete gerações do mais emblemático modelo da marca fundada em 1911 pelo engenheiro e piloto suíço Louis-Joseph Chevrolet e podiam ser guiados.
Guiar a primeira, a segunda e a terceira, como fizemos, já valeu a viagem.Todos os carros estavam impecáveis. A maioria pertence ao acervo da GM – segundo o vice-presidente da companhia no Brasil, Marcos Munhoz, também havia veículos emprestados por colecionadores dos EUA.
A história do Corvette, em alusão ao nome corveta (barco pequeno e rápido) remonta 1952, quando o chefe do time de desenho da GM, Harley Earl, decidiu criar um esportivo compacto genuinamente norte-americano para rivalizar com os europeus, principalmente italianos, como Ferrari e Alfa Romeo. O resultado surgiu no ano seguinte, na forma de um roadster com carroceria de fibra de vidro, motor de seis cilindros em linha de 3,9 litros e 150 cv de potência, tração traseira e câmbio automático de duas marchas. A velocidade máxima era de 170 km/h;
Primeira geração (C1). A produção da primeira geração do Corvette teve início em 1953 em Flint (Michigan) e foi encerrada em 1962. As 300 unidades feitas no primeiro ano tinham carroceria branca e interior vermelho. Em dezembro, a linha de montagem foi transferida para St. Louis (Missouri).
Em 1955, o engenheiro-chefe da divisão Corvette, Zora Arkus-Duntov, resolveu dar ao conversível de dois lugares a performance que seu visual esportivo sugeria. Convidou Ed Cole, responsável pelo desenvolvimento de uma nova linha de motores da GM, a instalar um V8 no modelo a partir do ano seguinte. Houve também atualizações nas linhas da carroceria, assim como dianteira atualizada, com dois pares de faróis, nova grade e para-choques.
Em 1961, o Corvette foi reestilizado novamente. No mesmo ano surgiu o carro-conceito Mako Shark, com linhas assinadas por Larry Shinoda, a pedido do chefe da área de desenho da GM, Bill Mitchell, e antecipava como seria a carroceria da segunda geração. Mitchell se encantara com as formas de um tubarão Mako, que havia capturado na costa da Califórnia.
Entre as várias novidades testadas no Mako Shark havia um motor supercharger com quatro carburadores, sistema de injeção direta de gasolina e um V8 com dois carburadores. O fruto desses experimentos foi um V8 feito de alumínio com carburador quádruplo de 425 cv.
Segunda geração (C2). Batizada de Sting Ray (arraia), a segunda geração do Corvette foi feita de 1963 a 1967. O belo espia traseiro tipo “split-window” (dividida) foi oferecido apenas no primeiro ano de produção, pois, segundo relatos, atrapalhava a visão do motorista. Na parte mecânica, o carro trazia nova suspensão traseira independente e motor V-8 com injeção eletrônica de gasolina. Itens como revestimento de couro e ar-condicionado, assim como rádio AM/FM e faróis com regulagem elétrica passaram a ser oferecidos na linha.
Em 1965 o carro passou a ter freios a disco nas quatro rodas e, no ano seguinte, encostos de cabeça para motorista e passageiro entraram na lista de opcionais. No mesmo surgiu o Mako Shark II, que, assim como o primeiro, antecipava as linhas da próxima geração do carro.
Sua estreia mundial ocorreu no Salão de Paris. Feito à mão, o protótipo agradou tanto a Mitchell que passou a ser seu carro de uso diário. Entre as novidades, havia teto removível, instrumentos digitais no painel e sistema de som de alta fidelidade. Em vez de ser aposentado, o Mako Shark II foi transformado no conceito Manta Ray (arraia gigante).
Terceira geração (C3). Totalmente reestilizado, o Corvette chegou à terceira geração em 1968 e inovou ao trazer teto do tipo Targa, no qual era possível remover um os dois painéis laterais (havia uma barra central fixa). No ano seguinte, a Chevrolet comemorou a marca de 250 mil unidades fabricadas. Em 1974, o modelo ganhou cinto de segurança de três pontos e, dois anos depois, a versão conversível deixaria de ser oferecida – só voltaria à produção após uma década.
Como parte das atualizações feitas em 1980, a dianteira ganhou capô redesenhado e mais baixo e a traseira incorporou novos para-choque e spoiler. Um ano depois, a linha de montagem foi transferida para Bowling Green, no Estado de Kentucky – a produção da terceira geração foi encerrada em 1982.
A próxima incorporou uma série de novas tecnologias e, como foi lançada em março de 1983, como modelo 1984, não houve um Corvette 1983 à venda no mercado. Uma única remanescente das unidades de pré-série foi desmontada e teve as peças escondidas por funcionários da fábrica. Anos depois, esses componentes foram encontrados, o carro foi remontado e está exposto no museu do modelo, que fica ao lado da fábrica. O Corvette, aliás, é o único carro com um museu exclusivo no mundo.
VIAGEM FEITA A CONVITE DA GM