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Andamos no renovado e bruto Agrale Marruá
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Andamos no renovado e bruto Agrale Marruá

Com visual atualizado, modelo quer ter mais vendas para particulares sem abrir mão de sua robustez militar

30 de ago, 2015 · 7 minutos de leitura.

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 Andamos no renovado e bruto Agrale Marruá
Marruá deixou de ser jipe para ser picape, mas mantém capacidade e valentia no off-road

Há quem fuja do serviço militar. E há o Marruá. No Pantanal, marruá é o nome que se dá ao touro selvagem, indomável, desgarrado. No Exército, ele é o veículo 4×4 capaz de chegar a qualquer lugar. O Agrale Marruá serve às forças armadas há dez anos. Nasceu em 2005, especialmente para isso. Agora, quer experimentar a vida civil, sem abandonar a carreira militar.

A montadora está lançando o novo Marruá, com mudanças visuais e alguma melhora no interior. E vai aumentar o investimento nas vendas ao cliente final, que antes não era prioridade. Em vez do conhecido jipe, que por ora deixa de ser oferecido, agora o modelo é uma picape – a família tem também um caminhão. A grade, que era semelhante à do Engesa (jipe nacional fora de linha há muito tempo), lembra a do Hummer. Vidros e carroceria mantêm as linhas planas, mas há novas molduras nas caixas de roda.

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Considerando todas as variações, a manada Marruá chega a 15 modelos. A picape parte de R$ 170 mil (cabine simples sem caçamba) e chega a R$ 197 mil (cabine dupla com caçamba). Com opcionais (ar-condicionado, kit multimídia, trio elétrico, etc.), pode chegar a R$ 220 mil.

Ao volante do modelo – que a Agrale chama de “caminhão com versatilidade de picape” -, a primeira surpresa é a alavanca de câmbio. Ao contrário da convenção, a primeira está para baixo, a segunda para cima, e assim por diante. A explicação é que a marcha inicial é muito reduzida, e serve apenas para situações extremas (como muita carga e subidas fortes).

O motor Cummins 2.8 turbodiesel de 150 cv acompanha bem o ritmo do trânsito. Tudo o que o motorista precisa é de um tempo para se acostumar à direção um pouco pesada e lenta, ao grande raio de giro e ao câmbio um pouco duro. Mas não é preciso ter pressa para entrar no ritmo. A Marruá (que chega a 95,7 km/h, segundo a Agrale) impõe tanto respeito nas ruas que essa interação acaba sendo pacífica.


Mas ela nasceu para o fora de estrada. Após um curto roteiro sobre pavimentação, a Marruá entrou na pequena pista de testes da Agrale. A chuva torrencial da véspera serviu para “encher” os buracos de água, e tornou ainda mais lisas as rampas.

Para a picape, não foi nada. Afinal, a capacidade off-road é extrema: o modelo é capaz de atravessar trechos com até 80 cm de água, e sem a instalação de snorkel. Quer outros números capazes de afugentar os inimigos? Ângulo de entrada de 57 graus, de saída de 30º e capacidade de rampa de 60%. As portas abrem 90º, para facilitar a saída de policiais em abordagens.

Versão militar pode ser jogada de avião.De acordo com a Agrale, a Marruá está especificada até para ser lançada de aviões em pleno vôo. Na Guerra do Golfo, conflito que começou em 1990, entre os EUA e o Iraque, os americanos lançaram o Hummer no deserto, diretamente de seus aviões.


Pois o engenheiro Ricardo Takeo, responsável pelo desenvolvimento da Marruá, garante que o veículo é capaz de cumprir as mesmas tarefas. “Quando ela cai no chão, o motor tem de pegar na primeira tentativa”, diz Takeo. Ela também deve ser capaz de parar em uma rampa de 60% de inclinação, carregada, e sair.

Além do Exército brasileiro, a Agrale informa que o modelo está certificado também para os países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Mas a empresa não pode vender para países que não sejam considerados “amigos”. Em dez anos de produção, a Agrale vendeu 4 mil unidades, sendo 3.500 para o Exército.


VIAGEM FEITA A CONVITE DA AGRALE

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