Você está lendo...
Audi Q3 e Hyundai ix35 passam a ser rivais
Comparativo

Audi Q3 e Hyundai ix35 passam a ser rivais

Nova versão de topo do Hyundai goiano tem preço próximo ao do Audi espanhol, que oferece motor 1.4 turbo

07 de out, 2015 · 9 minutos de leitura.

Publicidade

 Audi Q3 e Hyundai ix35 passam a ser rivais
Solução estética da dianteira, com grade central hexagonal, ajuda a aproximar os concorrentes

Audi Q3 e Hyundai ix35 têm em comum mais que o porte e o fato de serem utilitários-esportivos. Os dois receberam atualizações recentemente, incluindo reestilização e novas versões. O modelo da marca alemã, por enquanto importado da Espanha (no ano que vem, será brasileiro), passou a ter uma opção mais em conta, Attraction com motor 1.4 turbo a gasolina de até 150 cv. A tabela é de R$ 127.190, mas nas autorizadas o carro sai por R$ 119.990.

O ix35 é feito em Anápolis (GO) e também traz uma nova configuração. De topo, é tabelada em R$ 122.990, e, nessa faixa de preço, é a que tem o melhor pacote de equipamentos entre os rivais à venda no País. Mas isso não foi suficiente para fazer o Hyundai derrotar o Audi. O duelo foi muito equilibrado e o Q3 quase levou a pior por ter peças e seguro caros. A vitória se deve à superioridade na maioria dos aspectos considerados no comparativo.

Publicidade


O Audi é mais eficiente, rápido e tem acabamento superior ao do Hyundai. Seu visual também sobressai e o conforto é equivalente ao do rival. O ix35 tem no espaço interno outro de seus pontos fortes. Embora a distância entre os eixos seja praticamente a mesma do Q3, o brasileiro é mais amigável com o terceiro passageiro que viaja atrás, pois tem assoalho plano, enquanto o do rival tem túnel central alto.

Outra vantagem do Hyundai está no porta-malas. Os 728 litros de capacidade declarados pela fabricante parecem um tanto exagerados, mas o compartimento acomoda bem ao menos quatro malas médias. O do Audi, por sua vez, é um pouco menor. Mas também não deixa a desejar. Na lista de equipamentos, o Q3 Attraction vem com ar-condicionado, bancos de couro, sistema multimídia com tela de 5,8”, seis air bags, faróis de xenônio e rodas de liga de 17”. A mais que o Hyundai, há apenas o sistema start&stop, que desliga o motor em paradas de semáforos e congestionamentos, por exemplo.

O ix35 contra-ataca com ajuste elétrico do banco do motorista, ar-condicionado digital com duas zonas e rodas de liga de 18”. No Q3 1.4, esses equipamentos só estão na versão mais cara, a R$ 145.190, que inclui tampa do porta-malas com acionamento elétrico. Outras exclusividades do ix35 são câmera na traseira e controlador de velocidade de cruzeiro adaptativo. Ele também tem navegador GPS de série.No Q3, o item é opcional.


Rodando, o Audi é bem superior ao Hyundai. É em movimento que o Q3 se mostra bem superior. O motor do ix35 é até mais potente, pois, com tecnologia flexível, gera 167 cv (etanol). Mas uma conjunção de fatores faz com que o Audi seja mais rápido. Mesmo com 17 cv a menos, o Q3 gera quase 5 mkgf a mais de torque, entregues a apenas 1.500 rpm. Já a força máxima do ix35 surge somente a partir das 4.700 rpm.

Além disso, o Audi tem o excelente câmbio automatizado de duas embreagens, ante o automático convencional do concorrente – os dois têm seis marchas. A transmissão do espanhol é muito rápida nas trocas, sem abrir mão do conforto das passagens suaves, quase imperceptíveis.

O resultado é um carro que, em acelerações e retomadas de velocidade, parece entregar bem mais que os 150 cv declarados pela fábrica. O ponto negativo do desempenho do Q3 surge na estrada. É quando ele demonstra mais dificuldade para responder, principalmente se for preciso elevar muito o giro do motor.


O Hyundai cumpre bem o seu papel. É ágil nas respostas ao acelerador, mas muito racional. Falta emoção ao volante. Os dois carros têm controle de estabilidade – o Hyundai traz também de tração -, mas o Q3 é mais estável em curvas e sua carroceria balança menos em curvas de alta velocidade. Ser baixo auxilia esse comportamento, mas o Audi tem também suspensão mais bem ajustada e sua direção responde melhor. Outra vantagem é o painel de instrumentos mais bonito, moderno e fácil de ler.

OPINIÃO: Transformação que resulta em rivalidades. Recebi nos últimos meses vários telefonemas de pessoas que queriam comprar um ix35 ou mesmo um Honda CR-V, e se surpreenderam ao saber que podiam ter o status de rodar em um Q3 ou em um Mercedes-Benz GLA gastando praticamente o mesmo valor. Mas Audi e Hyundai não podem ser rivais, certo? Errado.

O brasileiro é muito sensível a preço, e, se os modelos de mesmo segmento têm tabela próximas, são concorrentes. Sempre foi assim. Além disso, o mercado está em transformação. Só se dá bem quem oferece linha ampla, com diversas opções de motor, preço e bom custo-benefício. As montadoras estão ousando, com versões mais caras e mais baratas. Isso acaba aproximando carros e criando rivalidades. Mas cuidado com os extras. Para o Audi, os preços de peças e seguro são desanimadores.


Hyundai New HB20 Comfort Plus
Oferta exclusiva

Hyundai New HB20 Comfort Plus

Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”