Em 1999, Toyota e Honda tinham acabado de começar a produzir os sedãs Corolla e Civic no Brasil, conhecidos por aqui até então por suas versões importadas. Aqui, você lê o que achamos deles em seu primeiro comparativo, cena que se repete até hoje, com as atuais gerações dos dois carros, que continuam entre os sedãs mais vendidos no País. Nas palavras do repórter Hairton Ponciano.
Civic leva a melhor em duelo com conservador Corolla
Versões nacionalizadas dos sedãs japoneses têm muitos pontos em comum, mas desenho do Honda é bem mais atraente. Toyota ganha em desempenho
Não fossem as linhas muito conservadoras do Toyota Corolla nacional, o teste comparativo entre ele e o também brasileiro Honda Civic poderia ter um resultado diferente. Mas o desenho bem mais moderno do sedã da Honda, já na versão 99, faz dele o melhor deste tira-teima, no segundo confronto dos dois em um ano. Se o duelo publicado no Jornal do Carro em abril do ano passado deu empate, neste a vantagem é do Civic, ainda que por margem apertada. A diferença básica é que naquela ocasião o Honda já feito em Sumaré (SP) enfrentou o Corolla ainda importado, de visual bem mais agressivo que a versão escolhida para ser montada em Indaiatuba.
De qualquer forma, os dois sedãs continuam parelhos em muita coisa, como em preço, dirigibilidade, conforto e segurança. O Civic LX (R$ 28.094,01) enfrentou o Corolla XEi, que sai por R$ 27.732,00, ambos na versão com câmbio manual. O quesito estilo é que desequilibra a comparação em favor do Honda.
Bom desempenho.O Toyota, por sua vez, leva a melhor nos itens relacionados a desempenho. Por ter motor de maior cilindrada (1.8 de 116 cv, ante o 1.6 de 106 cv do Civic), consegue ser bem mais ágil tanto em acelerações como em retomadas de velocidade. Faz 0 a 100 km/h em 10,69 segundos (no Civic, 11,62 segundos) e precisa apenas de 24,45 segundos para reacelerar de 80 a 140 km/h (contra 46,78 segundos no Civic). A máxima do Corolla também é superior: 189,1 km/h, ante 179,9 km/h no Civic. Como se não bastasse, o sedã da Toyota ainda foi mais econômico.
Ambos têm 16 válvulas. A diferença básica é que o comando de válvulas é duplo no Corolla e simples no Civic. Em contrapartida, oCivic tem bloco e cabeçote de alumínio, enquanto no Corolla o bloco é de ferro fundido.
Se perde no desempenho, o Civic LX compensa na dimensão ligeiramente maior, o que significa maior espaço interno. O Civic é 5,5 cm mais comprido (4,45 m, ante 4,39 m do Corolla) e tem distância entre eixos de 2,62 m (2,46 m no Corolla). Isso significa que os passageiros têm mais espaço no banco traseiro do Civic que no do Corolla. O porta-malas, porém, é maior no Corolla (406 l) que noCivic (337 l). No Honda, o estepe de tamanho normal roubou um pouco do espaço destinado a bagagens. Isso porque o projeto é o mesmo do modelo montado nos EUA, onde o estepe é fino.
Duelo de iguais.Afora essas diferenças, os dois têm muitos pontos em comum. As duas versões testadas têm apenas um opcional: a transmissão automática de quatro marchas. Itens como ar-condicionado, trio elétrico e direção hidráulica são itens de série. Os dois têm coluna de direção regulável em altura e comandos de vidros nas portas, além de porta-copos e vários porta-objetos espalhados pelo interior. Eles são semelhantes também no excesso de cromados (grade frontal e moldura dos vidros) e na pobreza: os dois vêm com rodas de ferro e calotas, e as tampas do porta-malas não têm revestimento.
Assim como ocorre na parte de fora, por dentro o Civic também tem desenho mais agradável. Os instrumentos do painel tem grafismo azul, garantindo visual suave. Os dois têm comandos de rádio bem localizados, de fácil manuseio.
Em termos de segurança, ambos vêm com duas bolsas infláveis e nenhum oferece freios ABS (antitravamento), equipamento reservado apenas para as versões topo de linha de ambos (Civic EX e Corolla SE-G). Há terceira luz de freio e barras laterais em ambos. O sistema de freio também é idêntico: discos na frente e tambor atrás. O Corolla leva ligeira vantagem por ter cinto de três pontos e apoio de cabeça inclusive para o terceiro passageiro do banco de trás.