A fábrica da Jaguar Land Rover em Itatiaia, no Rio de Janeiro, logo inaugurada logo após abril. “Será daqui alguns meses”, diz o diretor da empresa para operaçõs em regiões como América Latina, África e Oriente Médio, Dmitry Kolchanov.
O executivo veio ao País para a apresentação do novo presidente da empresa, Frank Wittemann, que assumirá a operação no mês que vem, em substituição a Terry Hill. Eles comentaram as expectativas para o mercado brasileiro no decorrer de 2016 e nos próximos anos.
Uma das poucas marcas que luxo que não registraram crescimento em vendas no ano passado, a Land Rover investirá na nacionalização de dois produtos em 2016. Primeiro, virá o Range Rover Evoque. Até o fim do ano, chegará o Discovery Sport.
Os dois modelos feitos em Itatiaia, que está recebendo investimento de R$ 750 milhões, primeiro serão montados em CKD – com peças importadas da Inglaterra. Porém, de acordo com Kolchanov, em breve haverá nacionalização de partes e de processos produtivos – até porque é uma das exigências do governo para conceder isenção de IPI adicional destinados aos importados a esses dois carros.
Por ora, não está planejada exportação de carros, a partir do Brasil, para outros países da América Latina. Segundo Kolchanov, por ora levar os carros nacionalizados a países como o México, segundo principal mercado da empresa na região – o primeiro é o local -, não seria vantajoso. “Não porque o custo de produção no Brasil é caro, mas porque o volume inicial será baixo (de 24 mil unidades ao ano)”, explica.
A exportação, porém, está em estudo. “Precisamos ver qual será o tamanho da demanda no Brasil, e também nos outros países. Então, tomaremos a decisão”, diz Kolchanov.
Segundo Wittermann, o ideal seria que o segmento premium tivesse Brasil, como os mercados mais maduros, participação de pelo menos 10%. Atualmente, ele estima que este número esteja entre 5% e 6%.
A companhia acredita que, em breve, o número almejado será alcançado, mesmo em período de crise. Até porque, no ano passado, enquanto o mercado geral de carros teve queda expressiva, o de modelos premium cresceu.
“Há sempre períodos de crise econômica (como ocorre atualmente no Brasil). Mas acreditamos que o mercado vai se recuperar e, em cinco ou dez anos, poderá até dobrar”, complementa Kolchanov.
Nesse contexto, segundo o executivo, o desafio da Jaguar Land Rover é ganhar escala. “Somos menores (em vendas) que nossos principais concorrentes”, afirma Witteman.
Para almejar números como os de Audi, Mercedes-Benz e BMW – que, em média, venderam 16 mil carros no Brasil em 2015, ante os pouco mais de 9 mil das duas marcas inglesas -, uma possibilidade é produzir por aqui carros da Jaguar. “Estamos de olho no que vai acontecer no mercado, mas é, sim, uma possibilidade.” O favorito ao posto de terceiro carro nacional do grupo é o sedã XE.