Você está lendo...
Teste das antigas – Gol pega Palio e 206
Comparativo

Teste das antigas – Gol pega Palio e 206

Em comparativo publicado em 2001, Volkswagen se saía melhor diante de concorrência pesada entre os 1.0

21 de jan, 2016 · 9 minutos de leitura.

Publicidade

 Teste das antigas - Gol pega Palio e 206

Em 2001, o segmento dos 1.0 vivia seu auge com as versões de 16V dos pequenos propulsores. Elas equipavam as variantes de topo de Peugeot 206, Fiat Palio e Volkswgen Gol. No comparativo publicado em 26/08/2001, as versões 1.0 de 16V dos três carros entravam em confronto, nas palavras da repórter Sueli Osório.

Gol 1.0 16V fica à frente da concorrência
No confronto com Palio e Peugeot 206, modelo da Volkswagen destacou-se pelo melhor conjunto

Publicidade


Já faz algum tempo que carro com motor 1.0 deixou de ser sinônimo de baixo desempenho e de falta de conforto. A nova geração de motores de 1 litro tem apresentado resultados cada vez melhores, tanto em potência e torque (força) como em consumo. E estão chegando ao consumidor mais equipados e com maior oferta de opcionais, o que tem aumentado o conforto e, conseqüentemente, o preço.

No mês passado, o mercado de automóveis com propulsor 1.0 16V tornou-se ainda mais competitivo com a entrada de um novo concorrente, o Peugeot 206. Neste comparativo entre os modelos Gol,Palio e Peugeot 206, todos com motor 1.0 16V, ficou evidente o equilíbrio entre os representantes desse segmento. O modelo da VW saiu na frente pelo melhor conjunto. Com as mudanças feitas no motor EA 111, o Gol passou a ser o automóvel com maior potência e torque da categoria – 76 cv a 6.000 rpm e 9,7 mkgf a 4.500 rpm, ante os 70 cv de potência oferecidos pelos concorrentes.

O carro modelo 2002 já está chegando aos concessionários com preço de R$ 20.137,00 na versão básica, com três portas, 1,94% mais caro que o modelo anterior. Equipado com cinco portas, direção hidráulica, vidros elétricos e travamento e alarme a distância, o preço sobe para R$ 23.461,00.


Ar-condicionado encarece o produto em mais R$ 2.374,00. Entretanto, por tempo limitado, a VW terá uma oferta especial para a versão com cinco portas, direção hidráulica, rodas de aço aro 14” e pneus 185 por R$ 20. 294,00.

O Palio só tem a versão ELX com essa motorização, que já vem de série com cinco portas, direção hidráulica, trava e vidros dianteiros elétricos, ao preço de R$ 20.603,00. Com ar-condicionado, o valor sobe para R$ 23.018,00.

O Peugeot é o mais barato na versão básica, com três portas, custando R$ 17.990,00. O preço continua sendo mais baixo que os dos rivais se o modelo for mais equipado. Com cinco portas e um pacote que inclui ar-condicionado, limpador e desembaçador do vidro traseiro, vidros e travas elétricos, o preço salta para R$ 21.920,00.


Melhor conjunto.O Gol apresentou bons resultados em todos os itens avaliados: motor, câmbio, espaço interno, segurança, estabilidade e posição de dirigir. Uma ressalva pode ser feita em relação ao desenho, um tanto desatualizado diante dos concorrentes e que deverá passar por reestilização no próximo ano. O preço também é mais salgado.

Na prática, as alterações feitas sob o capô do Gol significam que o modelo responde mais prontamente à pressão no acelerador, proporcionando boas saídas e ultrapassagens mais seguras. O modelo enfrenta subidas íngremes com menos reduções de marcha, mas o motor, em contrapartida, também está mais barulhento, principalmente a partir das 3.000 rpm, quando se pode notar o ponteiro do velocímetro subir mais rapidamente. O câmbio, com engates precisos e muito suaves e a suspensão bastante confortável tornam agradável a condução do veículo.

O Palio fica em segundo lugar com uma ligeira vantagem em relação aoPeugeot, levando em consideração a melhor oferta de equipamentos de série, melhor acabamento interno, além de mais espaço para os ocupantes do banco traseiro e no porta-malas, com capacidade para 280 litros, ante 245 litros do 206. O Gol acomoda 285 litros.


O Peugeot 206 também tem qualidades relevantes. Além de ser o mais barato, tem o design mais belo e arrojado dos três, chamando a atenção por onde passa. O câmbio apresenta engates precisos e suaves e os pedais são macios.

O Peugeot apresentou também o melhor consumo medido pelo Estado na cidade: 14,7 km/l. O Gol foi o menos econômico, apresentando consumo de 10,5 km/l. O Palio fez 12,4 km/l. O motor Fire do carro da Fiat, que oferece 70 cv a 5.750 rpm e torque de 9,6 mkgf a 4.000 rpm apresenta boa resposta na cidade, sendo sutilmente mais ágil que o do Peugeot, com 70 cv a 5.500 rpm e torque de 9,3 mkgf a 4.200 rpm. Ambos têm bom rendimento em subidas.

Os dois contam com boa visibilidade. No 206, a posição avançada do pára-brisa, aliada ao painel em posição mais baixa, proporcionam ótima visão na dianteira.


Interior. -O Gol tem bom acabamento interno. A direção, sem regulagem de altura, oferece boa empunhadura. O quadro de instrumentos, com fundo preto, traz conta-giros, relógio digital e hodômetros parcial e total eletrônicos.

Com os faróis acesos, o componente fica com visual muito chamativo, com luzes azuis e ponteiros vermelhos. O comando de abertura dos vidros elétricos fica no painel central, o que obriga o motorista a desviar a atenção do trânsito. No Peugeot, o comando dos vidros também está mal posicionado, no console central, bem próximo à alavanca do freio de mão. No Palio, esse item está melhor localizado, nas portas.


Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”