O segmento de sedãs de luxo médios-grandes ganha um banho de jovialidade e beleza com a chegada da nova geração do Jaguar XF. Para enfrentar Audi A6, BMW Série 5 e Mercedes Classe E (que será renovado no segundo semestre), o britânico investe em linhas externas muitas arrojadas. E, no caso da versão intermediária, R-Sport, que deverá representar 70% das vendas, também esportivas.
O preço parte de R$ 264.700 na versão Prestige, enquanto a R-Sport sai por R$ 288.600. Ambas têm motor de quatro-cilindros e dois litros, que gera 240 cv. Mecanicamente, a diferença é que a suspensão da R-Sport tem acerto mais esportivo. Além disso, ela traz frisos, defletores e outros acessórios que justificam seu nome.
Já a opção de topo, S, tem preço de R$ 381.100 e diversos diferenciais, a começar pelo motor 3.0 V6 com 380 cv. Entre os itens de série estão controlador de velocidade de cruzeiro adaptativo, leitor de faixas, abertura elétrica do porta-malas, rodas de 19″ e Head Up Display (que projeta informações do painel de instrumentos no para-brisa). A maioria é opcional para a R-Sport.
O modelo, visto de frente, tem muita semelhança com o XE, um carro que chama a atenção por onde passa. É a beleza típica dos veículos de luxo ingleses. Lateralmente, porém, ele mostra mais elegância que o sedã menor, além de deixar claro seu porte avantajado.
Ante a geração anterior, o XF cresceu em quase todas as dimensões, mas não de maneira muito perceptível. Apenas o entre-eixos merece destaque: está 6 cm maior. O espaço no banco de trás, aliás, é excelente para duas pessoas – que têm saída de ar individual -, tanto na acomodação das pernas quanto na distância de cabeça em relação ao teto.
O passageiro do meio, porém, fica apertado, por causa do túnel central alto, algo cada vez mais comum nos sedãs atuais. Na ausência desse ocupante, seu espaço pode ser ocupado por um console com porta-copos e outras facilidades.
O acabamento interno é primoroso, com combinação de couro de costura aparente e alumínio. Na versão S, há fibra de carbono, que é opcional para a R-Sport. Já madeira é extra para todas as opções.
Porém, falta jovialidade à cabine. Seu aspecto geral é sóbrio demais e não desperta encantamento. Destoa do exterior. O tom de modernidade fica por conta da tela de 8″ do sistema multimídia, que tem grafismos coloridos.
Essa central inclui um navegador GPS que, durante a avaliação da versão R-Sport, se mostrou pouco eficaz. O sistema perdeu conexão diversas vezes, indicou caminhos errados e não reconheceu alguns trechos do trajeto.
Rodando. As duas versões têm tração traseira e um rápido câmbio de oito marchas. Essa transmissão, no geral, se mostra bem suave nas trocas. Ela só dá trancos fortes quando muito exigida, a exemplo de uma saída de curva lenta em uma pista fechada, onde parte da avaliação foi realizada.
Com 75% de sua estrutura feita de alumínio, o XF ficou 190 quilos mais leve que na geração anterior. E, apesar de ser um sedã de quase 5 metros de comprimento, ele se sai muito bem com o motor de 240 cv.
Não falta fôlego em acelerações, retomadas, ultrapassagens ou subidas. O sedã cumpre todas essas missões com eficiência, embora não seja um carro que grude o corpo do motorista contra o banco nas acelerações mais fortes.
Nessa versão, há um sistema que altera as características da condução à escolha do freguês. No modo dinâmico, são mais rápidas as respostas de aceleração e as mudanças de marcha. A direção elétrica também fica um pouco mais dura.
A suspensão, porém, não muda – algo que ocorre apenas na versão S. Independente, com braços sobrepostos na dianteira, ela já tem um ajuste mais rígido naturalmente, o que faz com da ao carro uma pegada esportiva e faz com qur ele encare as curvas com uma naturalidade surpreendente. Ele é firme, passa a segurança ao motorista e traz direção com respostas muito precisas.
Além dos tradicionais sistemas de assistência à direção, como o controle eletrônico de estabilidade, há tecnologia de vetorização de torque, que também ajuda a dar mais força à roda com menos aderência.
Porém, só foi possível sentir esse sistema agindo para valer na pista, durante uma saída de curva lenta com o pé afundado no acelerador. E com a versão S, esta quase uma esportiva, com direito a acelerações brutais.Nessa situação, a tecnologia impediu que uma divertida traseirada se transformasse em uma rodada.