O novo BMW X1 começou a ser produzido no Brasil na quinta-feira passada e, como única atualização ante o modelo alemão, traz a tecnologia flexível no motor 2.0 – sem mudança de potência e torque. Já na comparação com a antiga geração, o utilitário-esportivo ficou mais espaçoso e trocou a tração traseira pela dianteira. Mas essas melhorias não foram suficientes para que o jipinho conseguisse superar, neste comparativo, o Q3, seu principal rival e líder de vendas do segmento no País.
O Audi também acaba de virar nacional. A versão com motor 1.4 passou a ser feita no País na sexta-feira. As 2.0, como a avaliada neste comparativo, continuam vindo da Espanha.
Tabelada a R$ 179.990, a opção intermediária do X1, sDrive 20i X-Line, encarou o Q3 2.0 Ambiente, a R$ 176.990. Além do preço menor, o Audi é mais confortável, tem manutenção ligeiramente mais em conta que o BMW e vem com tração integral, item disponível apenas na opção mais cara do BMW, que parte de R$ 199.950.
Os dois jipinhos são equivalentes em equipamentos e têm itens como teto solar panorâmico, ar-condicionado com duas zonas de temperatura, sistema multimídia com navegador GPS e bancos de couro.
Assim como o X1, o Q3 tem motor 2.0 turbo, mas, diferentemente do que ocorre no rival, é apenas a gasolina. As potências são de 192 cv e 180 cv, respectivamente. O câmbio do BMW é automático de seis marchas e o Audi vem com o automatizado de sete velocidades.
Um dos trunfos do Q3 é a sensação de maior robustez. Com suspensão mais macia e pneus mais altos, o Audi lida melhor com buracos que o BMW.
Além disso, tanto em termos de dirigibilidade quanto de estabilidade, o Q3 é quase tão bom quanto o firme X1.
Desempenho. A diferença de 12 cv a favor do motor do X1 poderia fazer a balança da agilidade pender para o lado da BMW. No entanto, o 2.0 do Audi mostra vigor surpreendente, graças ao torque maior.
São 32,6 mkgf a 1.400 rotações, ante 28,5 a 1.250 rpm do BMW. Além da maior força, o câmbio de dupla embreagem, que tem as primeiras bem curtas, contribui para a boa vitalidade do Q3 em trechos urbanos.
O trabalho da transmissão do Audi, aliás, é brilhante. As trocas são instantâneas e o sistema entende rapidamente os anseios do pé direito do motorista. O ponto negativo é a menor suavidade no funcionamento.
O Q3 balança e parece indeciso em manobras de baixa velocidade. Estacionar em ladeiras se torna complicado, já que há menos fineza nessas situações. O câmbio automático convencional do BMW é superior nesses momentos, sendo mais progressivo na transmissão de força.
Além disso, andando forte, a potência extra do BMW também se mostra presente, além de seu 2.0 ser mais divertido. Esse quatro-cilindros sobe de giro de forma mais rápida que o do rival e tem ronco instigante, características que não estão presentes no propulsor do Q3.
O X1 vai melhor também em trajetos sinuosos, nos quais a suspensão firme, que sofre com buracos, brilha e faz o motorista esquecer que está a bordo de um utilitário-esportivo. A carroceria inclina pouco em curvas e o carro parece gostar de uma sequência feita com mais vigor.
O Q3 contra-ataca com a tração integral, que dá muita segurança ao circular na estrada, particularmente sob forte chuva, situação em que o modelo importando da Espanha ignora a água na pista e segue a trajetória sem dar sustos no motorista.