À primeira acelerada, ele promete ser um grande desapontamento. A aceleração é gradual demais, e a impressão é que o carro demora a responder. O segredo, porém, logo vem à tona: o Porsche Boxster GTS, à venda por R$ 454 mil, é um esportivo à moda antiga, desses em que o motor, um boxer de seis cilindros e 3,4 litros, aspirado, funciona em sua plenitude a giros mais altos. Isso com um barulho de acelerar o coração.
Comportamento bem diferente do observado em propulsores turbo, mais comuns nos carros de marcas de luxo atualmente – até nos esportivos.
O Boxster GTS, aliás, é um dos últimos remanescentes com propulsor aspirado. A nova geração do carro chega ao Brasil no fim deste semestre e trará motores turbo. Por ora, a versão GTS ainda não vem, pois não foi mostrada nem na Europa. Porém, já deixou de ser produzida, e há poucos exemplares em estoque nas concessionárias do Brasil.
A potência do propulsor nem impressiona muito: são 330 cv a 7.400 rpm. Mas estamos falando de um carro pequeno – 4,4 metros de comprimento – e leve – 1.375 quilos. A relação peso-potência é bem baixa, de 4,08 kg/cv. Além disso, o torque é alto, de 37,7 mkgf, e está disponível só a partir de 4.500 rpm.
E é dos 3.500 giros em diante que esse esportivinho conversível começa a mostrar a que veio. A essa rotação, a pressão no acelerador faz o carro ganhar velocidade com muita rapidez – e um com o ronco instigante típico dos esportivos. Se o motorista preferir, pode acionar o modo Sport Plus no console central.
Ao apertar o botão, o conta-giros já sobe para as 4.000 rpm, deixando o Boxster pronto para fazer acelerações e retomadas brutais. O som emitido pelo motor também fica mais alto – os carros de Fórmula 1 morreriam de inveja, se pudessem ouvir esse seis-cilindros.
O câmbio é automatizado de sete marchas e duas embreagens. De acordo com a Porsche, o carro acelera de 0 a 100 km/h em 4,7 segundos e atinge velocidade máxima de 279 km/h.
Além das respostas do motor, o modo de condução – entre o normal e o Sport Plus, há um intermediário, chamado Sport – também alteram as respostas do chassi. A estabilidade, aliás, é outro ponto alto do esportivo. Uma série de fatores contribuem para esse bom desempenho: além de ter centro de gravidade baixo, o GTS traz controles eletrônicos e rodas de 20” com pneus finos.
Mesmo assim, ele não é um carro desconfortável. Ao menos nos modos de condução normal e Sport, o motorista não sente muito os impactos com pisos imperfeitos. Dá para rodar com o modelo no dia a dia sem sentir grande cansaço, embora a direção assistida seja mais dura que as de carros convencionais.
O teto de lona pode ser rebatido eletricamente, em operação simples, dando mais charme ao esportivo. Por dentro, chamam a atenção os bancos esportivos e a combinação de couro e Alcântara no acabamento.
Característica típica da linha GTS – que também está no Panamera, no Cayenne e no 911 -, a cabine e o exterior têm diversos detalhes pretos. Já o painel de instrumentos desse Boxster é vermelho. Para facilitar a leitura, o velocímetro tem marcadores analógico e digital.
Entre os itens de série, há faróis direcionais de LEDs e sistema multimídia com tela central de tamanho médio.
FICHA TÉCNICA
Preço sugerido – R$ 454 mil
Motor – 3.4, 6 cilindros, 24V, gasolina
Potência – 330 cv a 7.400 rpm
Torque – 37,7 mkgf a 4.500 rpm
Câmbio – Automatizado, 7 marchas
0 a 100 km/h – 4,7 segundos
Velocidade máxima – 279 km/h
Comprimento – 4,4 metros
Altura – 1,27 metro
Peso – 1.375 kg
FONTE: PORSCHE