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Carro blindado poderá ter garantia de fábrica
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Carro blindado poderá ter garantia de fábrica

Duas blindadoras estão prestes a receber certificação de uma marca de luxo. Atualmente, não há cobertura

14 de mai, 2016 · 8 minutos de leitura.

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 Carro blindado poderá ter garantia de fábrica

Em breve, algumas marcas de automóveis de luxo passarão a oferecer garantia “de fábrica” para carros blindados, desde que o serviço seja feito em empresas credenciadas.

A novidade foi divulgada durante a Exposec, uma das principais feiras da América Latina da área de segurança, que terminou quinta-feira, dia 12/5, em São Paulo.

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Atualmente, quando um carro recebe blindagem, normalmente ele perde a garantia original e passa a contar apenas com a cobertura da empresa que instalou a proteção extra, e da concessionária responsável pela venda.

O engenheiro Alex Cirillo, da Autostar Blindados, afirma que isso deve mudar brevemente. Ele explica que hoje cada blindadora tem um método de trabalho, e por isso os resultados do serviço nem sempre são iguais.

Dependendo de como a intervenção foi feita, o veículo pode apresentar pontos vulneráveis e até comprometer a segurança dos ocupantes em caso de acidente: “Se a blindagem da coluna B (central) não for bem feita, pode impedir que o air bag de cortina abra corretamente e proteja a cabeça dos ocupantes se houver colisão”, exemplifica.


O engenheiro adiantou que uma empresa alemã deve anunciar “em junho ou julho” a blindagem com garantia oficial, e que algumas concorrentes no mercado de luxo devem acompanhar a estratégia.

Cirillo informou que a ideia é criar uma padronização da blindagem, para que – apesar de toda a transformação que um serviço desse tipo envolve – o automóvel mantenha as características originais.

Segundo ele, o serviço realizado pela Autostar prevê reforços de aço em pontos vulneráveis, como na junção de portas com a carroceria, e nos cantos dos vidros: “Por causa de custos, normalmente não se faz isso”.


Além da Autostar, Cirillo informa que a Blindarte também está selecionada para realizar o serviço para a marca de luxo.

Na Exposec, voltada para profissionais do setor, a blindadora expôs um BMW X3 crivado por dezenas de disparos, muitos deles feitos para mostrar a proteção em pontos críticos. Nenhum chegou a perfurar a blindagem.

A norma brasileira determina que a blindagem de nível 3A (a permitida pelo Exército para carros de passeio) deve resistir a disparos de armas leves, como os de espingardas calibre 12 e pistolas 9 mm.


Embora não tenha citado valores, o engenheiro afirma que essa blindagem deve ser entre 10% e 15% mais cara que as convencionais, resultado da maior utilização de aço em pontos críticos. Cirillo informa que o peso dessa blindagem também é um pouco maior que o padrão. No carro exposto, ele estima um acréscimo de 270 quilos, ante cerca de 240 kg da blindagem convencional.

De acordo com ele, para compensar o peso extra as molas da suspensão foram substituídas, de modo a não alterar a altura original do veículo em relação ao solo.

Apesar de não revelar o nome da marca que lançará o serviço no País, o engenheiro afirma que, para homologar o trabalho, a montadora exigiu que, além de ser submetido aos disparos de arma, o carro blindado também cumprisse testes de rodagem e de abertura e fechamento das janelas: “Os vidros abriram e fecharam 11 mil vezes”, garante.


Terceira onda. O engenheiro considera que o segmento de blindagem está entrando em sua “terceira onda”, com a garantia de fábrica: “Há 18 anos, o cliente comprava o carro e ele mesmo levava para blindar. Na segunda onda, que é a atual, ele adquire o carro na concessionária e ela mesma direciona o veículo à blindagem”, diz.

Após a “terceira onda”, com as montadoras credenciando empresas para o serviço, ele prevê que no futuro o automóvel poderá ser blindado ainda na linha de produção, durante o processo de montagem.

Mercedes-Benz. No início do ano passado a Mercedes-Benz lançou no Brasil o E 250 Turbo Avantgarde VR4,
blindado de fábrica. Após a produção na Alemanha, o modelo seguia para o México, onde recebia a blindagem, e só então era enviado ao Brasil. Graças ao acordo comercial entre Brasil e México, o sedã não recolhia imposto de importação, o que tornava seu preço competitivo. O modelo custava R$ 339.900, contra R$ 254.900 do similar sem blindagem.


O E 250 Turbo Avantgarde VR4 vinha com motor 2.0 turbo de 211 cv e câmbio automático de sete marchas, e recebia nível de proteção VR4, que detém disparos de espingardas calibre 12 e pistolas Magnum .44.

A Mercedes-Benz do Brasil informou que as últimas unidades do modelo foram comercializadas no final do primeiro trimestre deste ano. Como o sedã de Classe E mudou recentemente na Europa, o envio das unidades blindadas foi interrompido momentaneamente.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.