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Com novo motor 1.2, 208 enfrenta líder Onix
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Com novo motor 1.2, 208 enfrenta líder Onix

Peugeot 208 estreia motor 1.2 de três cilindros e chama o líder Chevrolet Onix para briga de hatches recheados

08 de jun, 2016 · 8 minutos de leitura.

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 Com novo motor 1.2, 208 enfrenta líder Onix
Visual do Onix (esq.) é limpo, mas menos atraente que o do 208, com desenho mais elaborado

A Peugeot fez boas mudanças no 208, que ganhou motor 1.2 de três cilindros nas versões de entrada e preços mais competitivos. Com isso, o hatch pode brigar com as opções de topo do carro mais vendido do Brasil, o Chevrolet Onix. Aqui, o duelo é entre o 208 Allure e o Onix LTZ 1.4.

Mesmo ligeiramente mais caro, o Peugeot, com tabela de R$ 55.490, conquistou a vitória com boa margem sobre o Chevrolet, a R$ 54.240. A lista de itens de série, a concepção mais moderna da cabine e o bom comportamento dinâmico são destaques do 208 e o colocam em um patamar superior ao do Onix, que tem concepção simples e dificuldades para justificar o valor pedido pela versão de topo.

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O 208 Allure, opção de topo com motor 1.2, traz de série itens como ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura, teto solar panorâmico e air bags laterais. Sua central multimídia tem funcionalidades semelhantes às do sistema do Onix, com a vantagem de trazer as plataformas Android Auto e CarPlay, que reproduzem o conteúdo de alguns aplicativos do smartphone na tela central do carro.

O pacote recheado do 208 ainda vem embalado em uma carroceria com desenho mais bem elaborado, que recebeu reestilização leve na linha 2017. Feito em Porto Real (RJ), o modelo da marca francesa tem estilo mais sofisticado que o do compacto produzido em São Caetano do Sul (SP).

Na cabine, o principal senão do Onix é a posição de dirigir. Seu assento é muito alto e poderia ter mais regulagens.
Na parte mecânica, o pequeno 1.2 faz bom trabalho sob o capô do Peugeot, ainda que deixe a desejar em alguns aspectos (leia mais na próxima página). O 208 também merecia um câmbio mais macio, com engates mais precisos e menos ruidosos.


Já o 1.4 do Onix é um pouco “sonolento” em giros baixos, o que faz com que o motorista tenha de acelerar mais para extrair força do motor. Ao menos, o funcionamento do quatro cilindros é suave e, depois de embalado, o carro até que vai bem. As retomadas de velocidade são consistentes e o compacto mantém boa velocidade sem que haja sinais nítidos de cansaço.

O câmbio do Chevrolet tem ótimos engates. Mais precisos que o do Peugeot, permite manter uma boa tocada.
O Ônix tem várias qualidades. Bem construído, o carro passa sensação de robustez, é valente e o ótimo acerto da suspensão ignora buracos e valetas no asfalto.

Emboras seja ruidosa, a suspensão do Peugeot também agrada. No entanto, a parte inferior da dianteira raspa com facilidade na via.


Três-cilindros do 208 tem foco na economia de combustível

Até então só vista em motores 1.0 de modelos compactos de entrada, a configuração de três cilindros em linha com deslocamento maior foi adotada inicialmente pela Peugeot, no 208 – e está chegando agora ao Citroën C3. Com 1,2 litro, tem 3 cv a menos que o 1.5 que substitui. O torque também é ligeiramente menor: 13 mkgf, ante os 14,2 mkgf, sempre com 100% de etanol no tanque, mas essa força está disponível em rotações mais baixas.

O três-cilindros deixa o carro gostoso de acelerar, mas não esconde ter menos força. Diante do Onix, ele até se sai bem, mas deixará saudades em quem já dirigiu um 208 1.5. As retomadas são morosas e não adianta muito reduzir marchas. O torque máximo aparece aos 2.750 giros, e, abaixo dos 2 mil quase não há força, bem como quando o motor está acima das 4 mil rotações.


Nesse caso, aliás, o 1.2 faz mais barulho e vibra bastante. Isso sem fazer com que o carro, de fato, ganhe agilidade.

A principal vantagem desse motor é seu baixo consumo. O 208 1.2 é um dos carros mais econômico do País, segundo dados do Inmetro.

Com apenas um litro de gasolina o hatch é capaz de rodar 15 km na cidade e até 17 km na estrada. No caso do Onix, os números são de 12 km e 14 km respectivamente. Na rodovia, a autonomia do 208 é superior até mesmo à da versão híbrida do Ford Fusion.


Durante a avaliação, com o ar-condicionado ligado, os números do computador de bordo do 208 ficaram próximos dos divulgados. A média rodoviária foi de 16,2 km por litro.


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”