Na Europa, a nova geração do A4 oferece soluções típicas de modelos mais caros e faz com que os rivais pareçam ser carros da década passada. No Brasil, onde o Audi acaba de ser lançado, essa diferença foi amenizada, pois as opções disponíveis aqui não trazem vários dos sistemas que o tornam único. Por isso, o duelo com o Classe C foi equilibrado.
A versão do Mercedes-Benz escolhida para este comparativo foi a C200, a mais próxima do A4 em termos de mecânica. Por ora, o novato só traz motor 2.0 turbo de 190 cv, ante os 184 cv do Classe C, também de 2 litros e turbinado.As fotos do Classe C são da versão C250, que, visualmente, se diferencia da C200 no desenho das rodas e cor dos bancos.
O Audi venceu o compatriota alemão, mas foi por pouco. Seu principal mérito é o visual (interno e externo) mais atual, além do nível superior de conforto. O A4 triunfou também graças a pontos fracos do rival, como a ergonomia ruim.
Na versão Launch Edition, escolhida para o comparativo, o A4 parte de R$ 172.990, ante os R$ 180.900 do C200. Na lista de equipamentos, o destaque do Audi é o painel virtual, projetado em uma tela à frente do motorista.
O dispositivo exibe conta-giros e velocímetro em diferentes tamanhos, mapa do navegador GPS em alta resolução e informações do sistema de entretenimento, entre outros. A escolha é feita por meio de teclas no volante.
Dessa dupla, só o A4 tem o head up display, que projeta informações no para-brisa para evitar que o motorista desvie o olhar da via. Esse equipamento é opcional.
No pacote de série, o C200 é mais vantajoso. Traz teto solar e controlador de velocidade, que só estão na versão Launch Edition Plus do A4, tabelada a R$ 199.990. Por isso, embora eles tenham recebido a mesma nota em equipamentos (graças aos extras do Audi), o Mercedes é melhor em preço.
Seu único item exclusivo é o assistente às manobras de estacionamento. No A4, há apenas câmera traseira, também vendida como opcional.
A alavanca do câmbio do C200 fica na coluna de direção e é comum confundi-la com a do limpador de para-brisa, algo perigoso quando o carro está em movimento. Os botões de ajustes do banco, na porta, são mal posicionados. Outro ponto negativo é a tela central, que parece um tablet adaptado ao painel do carro.
Semelhanças.A4 e C200 têm mecânica muito parecida. A principal diferença está no tipo de tração, dianteira para o Audi e traseira no Mercedes. Com isso, a tendência do Classe C é ser mais arisco em curvas – o que ocorre quando se aciona a função esportiva no sistema de modos de condução, que muda o comportamento de suspensão e câmbio, por exemplo.
São muitos os sistemas eletrônicos que atuam para manter o Mercedes à mão – o mesmo ocorre com o A4. O C200 é um pouco mais divertido de guiar, mas no Audi a suspensão absorve um pouco melhor os impactos contra o piso – sem comprometer a estabilidade.
Apesar de o A4 ter um pouco mais de potência e torque, os dois carros são igualmente eficientes na hora de acelerar e retomar velocidade. Ambos oferecem bom nível de agilidade, mas sem grandes emoções. Para ir de 0 a 100 km/h, A4 e C 200 precisam de apenas 7,3 segundos, conforme dados divulgados por suas fabricantes.
O câmbio automatizado do Audi passa a impressão de gerenciar a aceleração de forma mais impactante, enquanto o automático torna as respostas do Mercedes mais progressivas.
Opinião.Em setembro, eu guiei a nova geração do A4 na Itália e fiquei fascinada. A tecnologia embarcada veio ditar novos padrões para o segmento. Há sistema que permite rodar por até dez segundos sem precisar tocar o volante.
Para o Brasil, não vieram nem o leitor de faixas nem o controlador de velocidade adaptativo, que permitem o funcionamento desse recurso semiautônomo.
O sedã mostrado na Europa tinha também carregador de celular por indução, outro recurso que não veio ao País. Interação entre GPS e sistema de iluminação para controlar a luminosidade à noite? Também não. Sem tudo isso, o A4 não fascina. É um belo carro, mas ficou muito parecido com seus rivais.