Em 2013, comparamos a S10, então líder de vendas do segmento e que acabara de ganhar atualizações e 20 cv, com a Ranger e a Hilux, todas em versões de topo, para saber qual era a melhor picape média do País com cabine dupla, motor turbodiesel, câmbio automático e tração 4×4. O resultado foi Ford, Chevrolet e Toyota, nessa ordem. Agora, a renovada S10, na opção High Country (R$ 167.490), desafia a também atualizada Ranger, na configuração Limited (R$ 179.900) e a Toyota Hilux SRX (R$188. 550), cuja oitava geração acaba de estrear no Brasil.
Nesse tira-teima, o resultado se repetiu. A Ranger venceu por ter melhores trem de força e suspensão, seguro e peças mais baratos, além de nível tecnológico, como o painel com telas configuráveis, e de segurança passiva (controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, alerta de mudança involuntária de faixa, que “puxa” o volante de volta, e aviso de risco de colisão, que aciona os freios por conta própria) não encontrado nas rivais.
Há também central multimídia compatível com sistemas Android Auto e CarPlay. O pênalti é o acabamento, que não condiz com picapes dessa faixa.
No segundo lugar reaparece a S10, que tem motor igualmente bom e central multimídia com integração com smartphones, como na Ranger. O acabamento da Chevrolet é melhor que o da rival e seu visual agrada. Em contrapartida, peca pelo nível de equipamentos – há apenas dois air bags, enquanto as concorrentes vêm com sete. Já os sistemas de segurança passiva são menos avançados que os da Ranger. Diferentemente dos da Ford, só emitem sinais luminosos e sonoros.
Além disso, o câmbio da S10 não trabalha tão bem quanto os das rivais – todas trazem o automático de seis marchas.
Por último vem a Hilux. Ela tem nível de equipamentos menor – embora seja a única com ajuste de altura e profundidade do volante -, suspensão mole e é menos potente. O acabamento é bom, mas conservador.
Nas três picapes, o espaço interno é equivalente e permite acomodar com conforto quatro pessoas. Atrás, o encosto muito vertical do banco da S10 incomoda em viagens longas.
Em movimento. A Ranger tem suspensão firme e sua carroceria rolar pouco em curvas. Na S10, o sistema é muito duro, o que incomoda sobre piso ruim. O da Hilux, mole demais, faz a carroceria “jogar” e causa desconforto aos ocupantes.
O motor 3.2 de cinco cilindros da Ranger gera os mesmos 200 cv do 2.8 da S10, mas proporciona melhor aceleração, já que o torque chega mais cedo. O 2.8 da Hilux produz 177 cv e é o mais “fraco” do trio – por isso ela é a mais lenta (veja abaixo).
O câmbio da Ranger, assim como o da Hilux, troca as marchas (todas têm seis) de forma suave e no tempo exato. No da S10 as respostas são lentas.
A direção elétrica de Chevrolet e Ford tem bom peso, mas o da Ranger é mais precisa. A da Hilux, com assistência hidráulica, é muito leve e pouco precisa aos comandos do motorista.
Opinião.Controles de tração e estabilidade, assistentes de partida, descida e reboque passaram a ser de série nas versões de topo dessas três picapes.
A S10, que custa R$ 12.410 a menos que a Ranger, poderia ter sido a campeã, mas deixou a vitória escapar em detalhes. Se os sistemas de segurança passiva da Chevrolet contassem com todas as funções do modelo da Ford, o resultado seria outro, pois os valores de suas peças e seguro são equivalentes (veja abaixo).
Já a Hilux, embora tenha mudado de geração recentemente, ainda peca por ser a mais conservadora do trio. Seus sistemas de conectividade, por exemplo, estão aquém dos oferecidos nas rivais. O terceiro lugar da Toyota foi sacramentado pelas peças e seguro, que custam quase o dobro dos da Ranger.