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Fiat 147 Pick-Up, a adorável ‘saboneteira’
Carro do leitor

Fiat 147 Pick-Up, a adorável ‘saboneteira’

Fã do Fiat 147 garimpou exemplar de 1980 da rara versão Pick-Up, que tinha apelido de "saboneteira"

06 de jul, 2016 · 5 minutos de leitura.

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 Fiat 147 Pick-Up, a adorável 'saboneteira'
Lançada em 1978, versão foi 1ª picape pequena do País. Em 1982, renovada, ganhou o nome Fiorino

Quando a mãe de Mauricio Tchakerian permitiu que o comerciante, então adolescente, aprendesse a dirigir em seu Fiat 147, provavelmente não imaginou como a experiência influenciaria o gosto do filho por carros. Já adulto, ele tratou de encontrar um exemplar bem conservado do hatch compacto e, não satisfeito, resolveu que também teria a versão picape do modelo, lançada em 1978.

“Essa foi a primeira picape de pequeno porte do País. Chamada carinhosamente de ‘saboneteira’, ela tem status diferenciado na linha 147, por ser muito rara”, ele explica.

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De fato, cinco anos se passaram até ele finalmente encontrar o exemplar ideal. “Hoje é difícil achar uma picapinha de trabalho daquela época com a estrutura íntegra. Os modelos da Fiat não tinham protetor de caçamba e ficam ainda mais maltratados.”

A sorte sorriu para o comerciante em 2008, quando ele se deparou com uma “saboneteira” amarela em fase final de restauração, à venda pela internet. De 1980, o veículo parecia ter sido refeito a toque de caixa, sem capricho – mas, em vez de desanimar da aquisição, Tchakerian fechou a compra rapidamente.

“Mecânica, carroceria e pintura, que demandariam mais tempo de trabalho, já estavam prontas”, ele justifica. “Mas o proprietário anterior quis economizar e usou peças de acabamento muito gastas. Como sou detalhista, desmontei a picape e comprei tudo novo, de borrachas a botões.”


Nove meses depois, a picape 147 ressurgiu modernizada, com toques autorais do novo proprietário. O motor 1.3 a gasolina manteve o acerto original, mas o visual foi incrementado por vidros degradê, suspensão ligeiramente rebaixada e rodas esportivas.

Polêmica. Nas ruas, o modelo provoca reações curiosas. Não são poucos os que acham que foi o comerciante que criou a picape, a partir de um 147 hatch.

“Muitos vêm me elogiar, dizendo que a adaptação ficou excelente”, ele se diverte. “Às vezes eu deixo pra lá e agradeço, às vezes digo a verdade. Mas alguns teimosos não aceitam e tentam me convencer de que a picape jamais existiu.”


Embora goste de rodar com a Fiat, Tchakerian garante que os momentos mais prazerosos são os que ele passa na garagem, onde guarda a picape sob uma capa. “Minha satisfação é passar um pano úmido na lataria, dar a partida e ver que a marcha-lenta está perfeita.”

Com tanto esmero, revender a picape nem passa pela cabeça do comerciante. Até porque ela já está prometida para o filho Henrique, hoje com sete anos.

“Uma das primeiras palavras ele que aprendeu a falar foi ‘Amarelinho’, como ele chama o carro. Eu vejo a picape e enxergo meu filho brincando na caçamba. Foi uma das lembranças da infância dele que mais me marcaram.”


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