Diz a lenda que um jovem soldado americano chamado Elvis Presley foi servir na Alemanha e comprou ali um belo BMW 507 conversível. Ele trouxe o carro de volta ao seu país natal, ficou famoso, o bólido passou pelas mãos de diversos proprietários e, depois de décadas de maus tratos e negligência, acabou se deteriorando.

Há dois anos, o pobre carro deu entrada no Museu BMW em Munique em estado lastimável. Mas a marca alemã se comprometeu a recuperar o filho desenganado e o resultado poderá ser visto em breve, no prestigioso Concurso de Elegância de Pebble Beach, nos Estados Unidos, onde ele fará sua reestreia triunfal.

O exemplar foi fabricado em 1957 e percorreu diversas mostras automotivas pela Europa antes de ser vendido ao então futuro astro da música, que tinha apenas 21 anos. Terminado o serviço militar, Elvis levou o carro para os Estados Unidos, mas logo o passou adiante. O comprador cometeu um pequeno sacrilégio: trocou o motor original por um da Chevrolet, o que ampliou sua performance em corridas – mas exigiu cortes na estrutura do conversível e nos suportes da suspensão dianteira.

Em 1963, o 507 foi revendido e, tempos depois, acabou nas mãos de Jack Castor, um colecionador de BMW que começou a pesquisar a origem do carro e logo descobriu quem havia sido seu ilustre proprietário.

Quando a BMW recebeu o 507, em 2014, ele não tinha mais motor nem câmbio, havia ferrugem por toda parte e a pintura não era mais a original, assim como diversas outras peças. A divisão de antigos da marca desmontou o conversível e o reconstruiu à luz da originalidade, peça por peça. A tapeçaria de couro foi replicada com base em fotos de época do carro e o motor V8 de 3,2 litros foi refeito dentro das especificações de fábrica. A carroceria ganhou um banho de tinta no tom branco original, chamado Feather White. A relíquia renascida não há de fazer feio em Pebble Beach.