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Joy é nova versão de entrada do Chevrolet Onix
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Joy é nova versão de entrada do Chevrolet Onix

Chevrolet Onix Joy parte de R$ 38.990 e estará disponível apenas com motor 1.0 e visual antigo

05 de ago, 2016 · 11 minutos de leitura.

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 Joy é nova versão de entrada do Chevrolet Onix
Nomenclatura Joy aposenta o antigo LS e mantém o visual antigo; as rodas de liga leve são acessórios

Com a saída de cena do subcompacto Celta e do sedã Classic, a Chevrolet passou a trabalhar Onix e Prisma como seus modelos de entrada – e ambos se tornaram líderes de vendas em seus respectivos segmentos. Na linha 2017, porém, eles receberam atualização de visual e ficaram mais equipados e caros: o Onix mais acessível (LT 1.0) passou a custar R$ 44.890, enquanto outras montadoras têm produtos de entrada bem mais em conta.

A Fiat oferece o Palio Fire por R$ 30.040 e o Mobi Easy por R$ 31.900, o VW Up! começa em R$ 34.430 e seu irmão Gol, em R$ 35.150. Da Renault, o Clio sobrevive por R$ 34.985 e o Sandero parte de R$ 41.100. Mesmo Hyundai HB20 e Ford Ka, que já vêm de fábrica com nível de equipamentos comparável ao do Onix, saem por R$ 41.655 e R$ 42.590, respectivamente.

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Para suprir essa lacuna e continuar competindo num segmento mais baixo, a Chevrolet lançou mão de uma estratégia já usada pela concorrência em modelos como Palio Fire e Gol G4: criou uma versão de entrada de Onix e Prisma com o visual antigo e preços menores. O Onix Joy parte de R$ 38.990 e o Prisma Joy, de R$ 42.990.

Por fora, ambos são visualmente idênticos aos extintos catálogos LS: além da frente com desenho antigo, trazem rodas com calotas simples e grade dianteira sem cromados. Maçanetas e retrovisores são de plástico sem pintura, e até o adesivo preto na coluna central foi limado – virou acessório.

No interior, o aspecto geral da cabine é espartano. O painel manteve os plásticos em dois tons, mas os instrumentos digitais são em cor laranja. Bancos ganharam revestimentos ainda mais franciscanos. Os antigos puxadores de porta, baixos e pouco ergonômicos, permanecem no Prisma Joy – somente o hatch teve o painel de porta alinhado ao das versões reestilizadas.


Nos conteúdos de série, foram mantidos o ar-condicionado, a direção assistida (agora elétrica, como no resto da linha) e os vidros elétricos das portas dianteiras. O ajuste dos retrovisores externos é manual. Do assistente OnStar, a versão Joy recebe o pacote mais simples, Safe, apenas com funções de rastreamento e bloqueio do veículo à distância, o que aumenta as chances de recuperação em caso de roubo ou furto.

O motor é o mesmo 1.0 de quatro cilindros e 80 cv com etanol que equipa o modelo desde seu nascimento, mas agora está acoplado a uma caixa manual de seis velocidades. A exemplo do que foi feito com o 1.4, o propulsor foi retrabalhado com vistas à redução de consumo – em 14% no hatch e 16% no sedã.

Com isso, os dois modelos conseguiram 5 estrelas nas aferições de economia do Inmetro – com etanol, o hatch faz 9,1 km/l na cidade e 10,8 na estrada. Com gasolina, são 12,9 e 15,3 km/l, respectivamente.


Na prática, porém, obter resultados tão favoráveis é um desafio, já que o defasado motor de quatro cilindros só trabalha bem em faixas de giro elevadas, exigindo redução de marcha em aclives e ultrapassagens, como um autêntico 1.0 à moda antiga.

Felizmente, mesmo em rotações mais altas o ruído do motor não chega a incomodar, o que tornaria a condução cansativa. Para as necessidades diárias do motorista comum, com predomínio de trajetos urbanos, ele dá conta do recado – especialmente nas ruas malconservadas das grandes cidades, em que ele mostra robustez ao passar por buracos. Só não dá para esperar a prontidão nas respostas que os propulsores tricilíndricos de seus concorrentes apresentam.

Mercado. A intenção da marca foi oferecer um produto na faixa entre R$ 35 mil e R$ 40 mil. Mas esses R$ 38.990 pedidos pelo Onix Joy são só o preço de entrada: quem quiser alarme, travas elétricas e sistema de som (uma central mais simples que a MyLink, diga-se) com quatro falantes desembolsará mais R$ 4.190, no único pacote disponível.


Para fugir das calotas com aspecto de carro de frota, são mais R$ 2.500 pelas rodas de liga leve mostradas nas fotos de divulgação, vendidas como acessório nas autorizadas.

Com isso, mesmo sem as rodas vistosas, a fatura já fecha em R$ 43 mil – mais do que custam HB20 e Ka, que superam o Onix Joy em acabamento, equipamentos e, especialmente, prazer ao dirigir – graças aos espertos motores de três cilindros dos rivais.

Mesmo sem o pacote adicional, os R$ 38.990 estão acima do que custam Up e Gol, também dotados de motores tricilindricos e direção assistida de série. Eles andam melhor, mas o Chevrolet ganha vantagem em espaço interno, porta-malas e consumo rodoviário (na cidade, o Up “bebe” menos). Cada consumidor saberá definir suas prioridades.


A expectativa da Chevrolet é que as versões Joy dêem novo impulso às vendas de Onix e Prisma e respondam por 20% do mix do hatch e 30% do sedã. É importante frisar que, se o Onix oferece opção 1.0 também com visual reestilizado (na versão LT), quem quiser um Prisma 1.0 terá de se contentar com o Joy de cara antiga – a versão LT renovada agora é vendida apenas com motor 1.4.

E o novo modelo de entrada? Com o anúncio das versões Joy, a Chevrolet conseguiu uma solução fácil e barata para a faixa dos R$ 40 mil. Mas a pergunta que paira no ar é inevitável: seria esse apenas um paliativo até que a marca finalmente lance um novo produto, um subcompacto para atacar Mobi e Up na faixa dos R$ 30 mil? Afinal, no exterior a GM tem o Spark, vendido inclusive na Argentina.

Para o diretor de marketing Hermann Mahnke, o Spark não funcionaria no mercado brasileiro. “Um carro de R$ 30 mil sem porta-malas não é a solução. O consumidor chegaria nele por preço, mas se frustraria”.


Ele fez pouco caso de Mobi e Up. “Não foram soluções bem sucedidas, não entregam o que o consumidor quer. Um ‘city car’ de países desenvolvidos não resolve as nossas necessidades”, afirmou. “Mas, se no futuro o mercado de carros menores crescer, tudo pode mudar.”

PRÓS E CONTRAS

Prós: Suspensão. O conjunto bem acertado passa firmeza em curvas, sem comprometer o conforto, e a buraqueira das ruas é enfrentada com robustez e valentia.
Contras: Custo-beneficio. É caro pelo que oferece. No preço pedido, esbarra em modelos bem mais ágeis e equipados.


FICHA TÉCNICA

Motor: 1.0, 4 cil., 8V, flexível
Torque (mkgf): 9,8 a 5.200 rpm (com etanol)
Potência (cv): 80 a 6.400 rpm(com etanol)
Câmbio: manual, 6 velocidades
Porta-malas: 289 litros

*Atualizado às 15:25


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