O HB20 celebra, em outubro, quatro anos de mercado e consolidação da vice-liderança de vendas. Lançado apenas um mês antes do Hyundai, o Etios não obteve o mesmo sucesso, mas, no primeiro semestre deste ano, recebeu mudanças importantes, entre elas a possibilidade de ter câmbio automático em qualquer versão. Essa solução o transformou no carro sem pedal de embreagem mais barato do Brasil e deu um bom fôlego às suas vendas. Desde então, o Toyota passou a figurar entre os 20 mais emplacados do mercado.
Na opção com motor mais forte, 1.5, o custo-benefício do Etios não é tão bom. Ao menos quando comparado ao do HB20. No Toyota, a versão automática 1.5 mais simples, XS, parte de R$ 55.200, enquanto o rival começa em R$ 55.905 na opção de entrada, Comfort, com motor 1.6.
Nessas configurações, o Etios leva vantagem na lista de itens de série, mas o HB20 contra-ataca com desenho mais atraente tanto na carroceria quanto no interior, câmbio melhor e agilidade superior na hora de acelerar. Por isso, venceu o duelo.
O Toyota, porém, leva a melhor no quesito preço. Apesar de ter tabela inicial semelhante, nas opções mais bem equipadas a diferença cresce. A XLS sai a R$ 60.370, ante os R$ 66.745 do HB20 de topo. Mas o Hyundai tem três opções de catálogos intermediários, que proporcionam mais liberdade de escolha ao consumidor.
Os dois hatches saem de fábrica com rádio com entrada USB e conexão Bluetooth, direção assistida, computador de bordo e conjunto elétrico. Apenas no HB20 há chave do tipo canivete.
Por sua vez, só o Toyota tem, na versão de entrada, controlador de velocidade e volante multifuncional. A XLS acrescenta bancos de couro, central multimídia, rodas de liga leve de 15” e faróis de neblina. O HB20 mais completo vem com tudo isso, além de sensor de estacionamento e navegador GPS.
O acabamento da cabine do Hyundai é melhor, embora o aspecto geral do interior do Etios tenha melhorado. O Toyota ganhou painel de instrumentos digital, que ficou mais fácil de ler, apesar de a posição, central, ainda ser incômoda para o motorista, obrigando-o a desviar a cabeça para ver as informações.
Desempenho. Quando o assunto é dirigibilidade, o Etios é imbatível no segmento. Sua direção com assistência elétrica é mais precisa que a hidráulica do HB20, além de oferecer conforto extra ao motorista, especialmente em manobras de estacionamento. A suspensão também é mais bem acertada que a do concorrente da Hyundai.
Em alta velocidade ou curvas, o Toyota passa mais segurança ao motorista, embora a suspensão do Hyundai não deixe a desejar. Em termos de conforto, eles são equivalentes.
A superioridade mecânica do Etios termina aí. Isso porque seu câmbio de quatro marchas até surpreende, ao trabalhar bem com o motor 1.5 flexível de até 107 cv e 14,7 mkgf. As relações são longas e, para ganhar velocidade há uma certa dificuldade, que diminui nas retomadas feitas a partir de rotações médias (das 3 mil rpm em diante).
Mas esse conjunto não supera o do Hyundai, cujo câmbio tem seis marchas e relações mais curtas. Como o propulsor 1.6 do HB20 é mais potente (até 128 cv) e entrega torque extra (16,5 mkgf), proporciona maior agilidade que o rival em qualquer situação. O silêncio a bordo é bom em ambos.
Desde seu lançamento, em 2012, o Etios evoluiu bastante e teve algumas falhas corrigidas. Seu desenho, porém, continua polêmico e não agrada os brasileiros. Ao contrário do belo HB20, que recebeu leve reestilização no ano passado.
Opinião. Quando foi lançado no Brasil, o Etios não tinha retrovisor com comando elétrico nem como opcional. Agora, o item vem de série em todas as versões. O porta-malas só podia ser aberto com a chave, coisa dos anos 90. Hoje, há tecla na cabine para executar essa função. A chave permanece jurássica, tem desenho feio e manteve os comandos para abertura das portas. Mas, voltando às melhorias, muitos consumidores que já desejavam ter um Toyota tomaram coragem para levar o Etios, apesar do visual polêmico que continua fazendo dele uma escolha mais racional. No caso da versão com motor 1.5 e câmbio automático, o problema é o preço. Uma das vantagens do Etios sempre foi ser barato. Quando o preço começa a ficar próximo ao do HB20 equivalente, não há conversa: o Hyundai leva vantagem pelo apelo emocional.