Mesmo em estado original, a Kombi 1959 do empresário Marcello Filoni sempre atraiu olhares. Isso porque nem todos se lembram que os exemplares dessa época tinham alguns detalhes peculiares, como lanternas e vidros traseiros menores e luzes de seta dobráveis do tipo “bananinha”.
No ano passado, ele resolveu customizar a van VW ao estilo “California look”: rebaixou a suspensão, instalou rodas esportivas e mandou fazer um rack de madeira para o teto. Resultado: o carro finalmente ficou como ele sempre quis.
“Fui vendo o que ficava mais bonito para o meu gosto. O tom fosco das rodas e do rack quebra um pouco o brilho da carroceria, pintada na cor Dove Blue da safra 1959”, explica o dono. “São mudanças totalmente reversíveis: basta elevar a suspensão e recolocar as rodas antigas e ela volta a ser original.”
Ele garante que a dirigibilidade do modelo ficou melhor com as alterações. “A Kombi é alta e usa pneus finos, então vira facilmente. Os pneus mais largos e o novo ajuste da suspensão a deixaram mais estável. Dirigi-la na estrada é uma delícia.”
Já na cidade, Filoni conta que precisa ter muito cuidado com as valetas e buracos. “Saio de casa já com o trajeto na minha cabeça, pensando se haverá ondulações, lombadas ou ladeiras íngremes pelo caminho.”
O empresário aprendeu a gostar dos VW antigos na infância, com o pai e o irmão. Começou o acervo com um Fusca 1963 e, depois, um Karmann-Ghia 1964. “As peças são fáceis de achar”, diz. “Por causa da van, eu e quatro amigos fundamos o Kombi Clube do Brasil, em 2013.”
Ainda nas mãos de um proprietário anterior, a Kombi já havia passado por restauração, que Filoni acompanhou a distância. “Ele postava imagens do processo em um fórum virtual do qual sou membro. Ficou muito bom e decidi que era aquele o carro que eu queria.”
Propostas para revender a van não são raras, mas Filoni quer mesmo é curtir a Kombi ao lado dos filhos de 11 e 8 anos, que já se interessam por ela.
“Ter um carro como este é um prazer. Sinto-me realizado por ter feito algo bonito. Simples, nada exagerado, na medida certa. Tem gente que para o que está fazendo, sai da loja correndo, só para vê-la passar.”